30 julho, 2012

INEXPLICÁVEIS ARQUIVAMENTOS E O JULGAMENTO DO MENSALÃO ASSOMBRADO PELO TRÁFICO DE INFLUÊNCIAS DANDO GOSTINHO DE IMPUNIDADE...

O tempo apaga as rusgas da estória... De certa forma poder-se-ia arriscar que essa oração traz embutida uma dada dose de nobreza quando observada de uma forma perfunctória, mas o engano pode revelar-se categórico assim que se adentrar de maneira mais entretida em sua dinâmica contextual.
Não é de hoje que tratativas moralmente odiosas alteram lógicas que se mostravam historicamente irretratáveis. Provas incontestáveis de ilícitos perpetrados com o dinheiro público restam reveladas a sociedade e a duração não razoável dos processos faz apagar da memória da sociedade a ânsia por justiça e facilitar os conluios que trilham os caminhos da impunidade. Sistematicamente temos notícias via imprensa de processos de membros de poder vergonhosamente arquivados por ausência de provas, prática repugnante, que via de regra, invade as searas das três esferas legítimas de poder, e dessas, muitas vezes, com a indevida participação oculta de algum dos poderes paralelos de Estado.
Erenice Guerra, ex-ministra, sucessora de Dilma Rousseff na Casa Civil teve seu processo arquivado por falta de provas após haver sido afastada em março de 2010 por contundentes denúncias de tráfico de influências e lobby envolvendo seu filho, Israel Guerra. Provas incontestáveis demonstravam que Israel Guerra utilizava do prestígio da mãe, como quando ajudou a empresa aérea MTA a renovar um contrato de 850 milhões de reais com os correios, como também uma empresa fundo de quintal que teria pleiteado 9 bilhões junto ao BNDES para implantar um projeto de energia eólica no Nordeste, ocasião que Israel receberia 5% de comissão. Erenice tivera sido a escolhida para ser a condutora do PAC e administradora de todo dinheiro público para lá desviado...
Antônio Palocci foi outro. Com patrimônio declarado e não declarado incompatível com seus ganhos e acusado pelo crime de lavagem de dinheiro obteve a benesse de inexplicavelmente ver seu processo arquivado por falta de provas a pedido do MP de São Paulo, que não deu maiores explicações, estranhamente alegando segredo de justiça. Palocci pagava um aluguel de um imóvel na exorbitante monta de 15 mil reais ao seu sócio acusado de ser laranja do esquema de lavagem.
Questiono: Como inquéritos como esses, entre outros tantos mais, restam por arquivados sem que se publiquem as justificativas, os fundamentos de dados arquivamentos? A sociedade tem a notícia do crime, obtém detalhes via imprensa e anos após simplesmente se arquiva, sem que a sociedade possa cumprir seu inquestionável papel de fiscal de um Estado constitucional e democrático.
Causa revolta na sociedade interessada e antenada aos acontecimentos, verdadeira fiscal dos deveres de probidade dos membros de poder ao lado da imprensa, saber que esses verdadeiros desvios de conduta são na realidade uma mínima gota da “merda” que acaba por escorrer e termina detectada pela imprensa, claro, por aquela que ainda sustenta seu legítimo e destemido papel de oposição. A “merda” com toda sua sustância e odor insuportável em sua quase total capacidade resta encoberta por escatológicas tratativas que negociam sua não disseminação para sociedade. É nesse terreno que passeiam livremente os mais diversos crimes contra o erário, subsidiados por dinheiro público que adquirem onerosamente o “direito” ao silêncio.  Quando se apercebe que as gotas que vazaram são limpas sem deixarem vestígios, e vemos que esses impropérios contam com a dolorosa participação de parcela do MP e da justiça, a sensação de impunidade arvora-se por nossas narinas para não mais sair.
Às vésperas do julgamento mais importante de nossa estória, que aferirá as dignidades da maior instância de nossa justiça, o mensalão segundo olhar dos ministros do Supremo, o sentimento de incredulidade é legítimo e pautado em fatos. Lembra-se, que dos onze ministros, sete foram indicados pelo PT, alguns com uma estória que se mistura a própria história do PT, como é a do ministro Dias Toffoli, que ainda pode vir a declarar-se suspeito e desobedecer às ordens do PT de Lula. Sabe-se ainda, que o STF é por essência o tribunal mais político de nosso judiciário, sendo inelutável que necessitamos de um tribunal mais legalista, que julgue de acordo com as provas, menos influenciável por forças ocultas, que de ocultas não tem nada, conforme inclusive a imprensa já denunciou por ocasião do encontro entre Lula e Gilmar Mendes... A favor da sociedade fica a parcela não corrompida dessa e a imprensa verdadeiramente livre, que atua em seu firme e legítimo papel de oposição ao sistema, avolumando-se um sem número de atentos olhos repletos de sangue a espera de justiça.
A contagem regressiva já começou, o tempo já se incumbiu de fazer prescrever alguns crimes, que restarão impunes, condenações se verão, resta saber se de todo o esquema, excetuando-se a do blindado mandante que nem denunciado foi, ou de apenas de “bois de piranha”, de soldadinhos de chumbo... O mensalão após sete anos ainda não saiu da memória da sociedade, por mais que tenham se esforçado para isso... Estamos de olho e com sangue nos olhos!

Sem mais.

27 julho, 2012

UMA NOTÍCA. O MENSALÃO E A DITADURA DA FELICIDADE


Dilma em sua viagem a Londres por ocasião desse início de ciclo olímpico fez uma visita a Rede Record e acabou protagonizando mais um memorável encontro “nunca antes visto na estória dessepaiz”, Brasil, ao menos sob os holofotes da imprensa... Encontrou-se com Bispo Edir Macedo, figura que dispensa maiores digressões... Corre a boca pequena, que a presidente procurava um lugarzinho no céu, nos terrenos que o bispo costume vender aos seus seguidores... Corre ainda, que carregava consigo uma procuração de Lula, que lhe conferiria plenos poderes para adquirir-lhe no mesmo condomínio, onde já moram Maluf e alguns dos 38 quadrilheiros que sempre lhe foram subordinados... Bem, essa versão não garanto sua literalidade e completa veracidade em toda sua inteireza, admito. Garanto sim, que Dilma busca consolidar a aliança com o candidato do bispo, Russomano, pela prefeitura de São Paulo, já que o candidato petista (Hadad) o veem como figuração nas eleições municipais. A anteninha do PT disparou, pois houve um antecedente encontro entre Serra e o presidente do partido de Russomano (Pereira) em um pacto de boa convivência durante as eleições. A ordem da presidente foi direta e sem rodeios: “Não me faça aliança com quem não pertença a base aliada do governo”! Sim senhor, ops, sehora!
Falando de Lula, lembrei-me do neologismo criado por Roberto Jefferson, o “mensalão”. Rememorei e refleti o quanto Collor e PC Farias eram analógicos se comparados aos digitais Lula e Zé Dirceu. Não é a toa que o mundo analógico não mais existe, vivemos a era digital. Só nessa analogia encontro explicação para o impeachment de Collor, merecidíssimo e a adoração a Lula, protótipo evoluído... Nessa mesma seara argumentativa explica-se a reação do PT ao constitucional impeachment de Fernando Lugo no Paraguai. Se má gestão ou qualquer crime de responsabilidade de um presidente for motivo suficiente para se decretar impeachment, como o PT manter-se-á no poder? Aliás, o dever de probidade estampado como princípio constitucional dirigido a qualquer administrador que pertença à Administração Pública ou a ela esteja ligada, estampado na CRFB/88, parece haver se esquecido de sair do papel ou fingiu que nada viu ou ouviu à respeito, né Lula? Com a não denúncia do PGR a Lula no esquema do mensalão, duas hipóteses clarividenciam-se: Ou Lula foi blindado por seus comparsas e essa blindagem alcançou o senhor Procurador Geral da República que deixou de denunciar exatamente o chefe da quadrilha; ou Lula foi o maior pateta que Walt Disney não se inspirou... Difícil imaginar a hipótese de ministros por mim escolhidos e a mim subordinados estejam pagando propina para que projetos meus fossem aprovados no Congresso sem que eu ao menos saiba disso... Mais difícil se esse “eu” chamar-se Lula, o maior traficante de influências “como nunca visto na estória dessepaiz”... 
Deixo uma questão com duas possibilidades: Quem é ou são os reais ignorantes dessa estória? A) Lula, que sob seu olhos, em reuniões na sala da Presidência, viu se engendrar todo o mensalão, mas não entendeu; B) A sociedade,  massa dominada por uma esmagadora maioria que não vai muito além de assinar seu nome com digitais.
A ignorância, a omissão e o conformismo são os três alicerces de uma sociedade-rebanho, mas é nesse Brasil que vivemos e encontramos segundo pesquisas o povo mais feliz do mundo, capaz de rir até de desgraças. Será que vivemos a ditadura da felicidade ou somos literalmente abobalhados por nossas subnutridas intelectualidades?
Sem mais.

24 julho, 2012

PARAÍSOS FISCAIS, OFFSHORES E O BRASIL MUITO BEM RANQUEADO...


Não é só no Brasil que os sistemas são criados e mantidos para fraudar. Se aqui parece ser uma regra sem regras para regular, nos países onde a corrupção também não se faz de rogada a estória não é diferente... Com a assessoria de um contador, de um advogado relativamente bem relacionado e um administrador (laranja) é possível abrir-se uma rentável lavanderia (offshores) nos muitos paraísos fiscais espalhados pelo mundo... Em sendo uma “personalidade pública” bem relacionada e financeiramente com rentável movimentação, bancos privados podem participar do processo com grande know-how de mercado...
Fala-se aqui de crimes tributários, contra o sistema financeiro, contra a ordem econômica, mas, sobretudo a favor do crime. Os poderes corruptos e corrompidos, os detentores do capital e o crime em sentido amplo, multiplicam seus ganhos, limpam suas imundices sem que o país de origem, juridicamente, possa muito fazer...  São os poderes constituídos e paralelos misturados e saídos da mesma vala moral os beneficiários dos esquemas, por isso a mais completa falta de vontade política em se imbricar em uma luta contra a evasão dos "dinheiros" sem lastro, na qual os poderes figurariam como beneficiários das próprias torpezas, afinal o suicídio é a mais desesperada das medidas...
Empresas e contas bancárias offshores, em regra, são abertas em países de legislação de origem inglesa, onde há uma relação entre o oculto proprietário e o administrador (Trustee), onde esse mantém uma conta em benefício do outro. O nome do proprietário nem mesmo os offshores possuem, o sigilo é total, por isso a dificuldade do poder judiciário dos países de origem em determinar a titularidade do sonegador/criminoso.
Consabido, que a maior parte do dinheiro sonegado é produto de Ilícitos (crime/Contravenção penal), como tráfico de drogas, jogo do bicho, corrupção e desvios de dinheiro público, e outra parcela de menor expressão tem apenas a finalidade única de sonegação tributária (evasão tributária).
Os paraísos fiscais são uma espécie de territórios isolados de regulação própria, de vida autônoma. Solenemente ignoram as normas de direito internacional que procuram coibir os fenômenos da lavagem de dinheiro e da sonegação tributária não tributando “dinheiros” e acabam por ter seus funcionamentos tolerados pelas instituições financeiras mundiais (FMI, Banco Mundial, BIS) que deveriam regular e combater tais práticas.
Hoje, pós-crise norte-americana e em meio à crise europeia (que se tornou mundial) o mundo ameaça entrar em colapso financeiro. Países economicamente debilitados da Europa que por décadas foram geridos de forma incompetente e economicamente não sustentável colocam o mundo na berlinda e a Zona do Euro em cheque. A verdade, é que metade da Europa está quebrada, sem ativos circulantes e de pires na mão para as potências que ainda sustentam-se pelas próprias pernas sabe-se lá até quando.
A Grécia, o primeiro a notoriamente quebrar na Zona do Euro, onde o fluxo de dinheiro evadido para offshores de paraísos fiscais é espantoso, poderia solver grande parte de suas dívidas se o dinheiro tivesse por lá se mantido e sofrido tributação. Poderia ter mantido os serviços públicos e erradicado a pobreza, tamanho o montante desviado... Nesse momento o mundo deve estar acordando que o crime compensa poucos e penaliza o todo... A solução para crise mundial estaria nas offshores?
Calcula-se, que o valor real escondido em paraísos ficais possa chegar a surpreendente monta de 32 trilhões de dólares. China é a locomotiva, seguida pela Rússia, Coréia do Sul e BRASIL. Nem no ranking da FIFA estamos tão bem colocados, vale dizer... Interessante notar, que China e Rússia são países de origem comunista que estão em processo de abertura. Comunismo, que é uma das formas de ditadura onde a corrupção é a seiva que nutre todo o funcionamento do sistema paralelo de enriquecimento dos membros de poder. A Coréia do Sul, embora democrática e americanizada, vive sob o barril de pólvora, a sua irmã Coréia do Norte, o país mais comunista e fechado do mundo, que faz fronteira com China e Rússia e que está pronta para implodir com uma população explorada que morre de fome e desnutrição. A influência que sofre a Coréia do Sul é inelutável e a insegurança em manter por lá o capital investido uma realidade.
Ah, e nosso Brasil, que tanto nos orgulha, dessa vez fora do pódio, mas com uma gloriosa colocação entre os países, em cifras, que mais comete crimes financeiros do mundo... Qual a explicação para o nosso impostômetro estar batendo recordes de arrecadação? Simples... O pobre e a classe média não sonegam, e consistem nas duas esmagadoras maiorias que sofrem tributação com efeito quase confiscatório. Ocupamos a nobre 4ª colocação, pois os detentores de poder e do capital declaram em seus IR quantias pífias, que não somam 10% dos seus reais patrimônios, enquanto os outros 90% corroboram para nossa expressiva colocação. Aqui o crime está inserido no sistema de poder, um lava a mão do outro para que possam, ao final, já sem “merdas” visíveis nas mãos, cumprimentarem-se... Políticos (criminosos) declaram valores surreais ao IR, enquanto as contas e empresas de offshores nos mantem na 4ª colocação.
Governos que praticam o eleitoreiro “slogan” “combate pela erradicação da pobreza” em seus países, que retiram verbas da educação, da segurança e da saúde para distribuir aos seus eleitores através de políticas populistas, poderiam estar gerindo um país socialmente e financeiramente sustentável, não fossem alguns dos verdadeiros proprietários anônimos e beneficiários das offshores localizadas em paraísos fiscais...  Há sem dúvida uma verdadeira confusão de interesses, onde o público é literalmente pisoteado pelo privado... “Nunca antes na história destepaiz” se viu tantas inversões de valores e prioridades a partir de um comprado e ignorante consenso popular...
Sem mais.

23 julho, 2012

O FATOR PREVIDENCIÁRIO EM SUA LOGÍSTICA CRUEL


EXPLANAÇÃO:
O Fator Previdenciário foi criado pela Lei 9.876/99 como alternativa de controle de gastos da Previdência Social, já no momento de sua concessão, o qual guarda relação com a idade do aposentando, tempo de contribuição, expectativa de sobrevida e leva-se em conta a média dos 80% maiores salários desde 1994.
Dá-se de maneira inversamente proporcional à idade de aposentadoria do segurado, quanto menor a idade de aposentadoria, maior o redutor, e consequentemente, menor o valor do benefício. O INSS, através de cálculo específico, reduz esse valor entendendo que quanto mais jovem o segurado se aposentar este receberá o benefício por mais tempo.
Para a aposentadoria integral por tempo de contribuição não há exigência de idade mínima, mas é necessário que os homens somem 35 anos de contribuição e a mulher 30 anos. Para aposentadoria proporcional por tempo de contribuição há exigência de idade mínima, 53 para os homens e 48 para mulheres. Além disso, os homens devem ter contribuído com a previdência por pelo menos 30 anos, enquanto as mulheres por 25. Nos dois casos, há a cobrança de um “pedágio”, é calculado um percentual sobre o período de contribuição que falta para completar a idade mínima prevista em lei. Computa-se ainda a idade mínima exigida atualmente, que é de 48 anos.
Nos dois casos (aposentadoria integral como na proporcional), aplicar-se-á o Fator Previdenciário. Inelutável, que essa metodologia retira parte do “patrimônio” que o segurado amealhou durante os anos, uma lógica perversa. Se a contribuição foi feita sobre o valor integral, o segurado teria direito de receber pelo que pagou, visto sob o prisma de uma mínima razoabilidade.
Na aposentadoria por idade diz a norma que as mulheres com mais de 60 anos e homens com mais de 65 anos podem se aposentar caso tenham pelo menos 15 anos de contribuição. Nesse caso, a aplicação do Fator Previdenciário é facultativa, o segurado poderá optar se quer ou não aplica-lo. Caso o INSS não forneça os dois cálculos e aplique a aposentadoria menos vantajosa, caberá pedido de revisão do benefício.
CRÍTICA:
Melhor se entende o fator previdenciário como inconstitucional, muito embora o STF assim não tenha o declarado. Melhor entendimento, por prever condições através de lei ordinária não previstas na Constituição, que desfavorecem o contribuinte que pretenda se aposenta-se por tempo de contribuição. Um retrocesso que já deveria ter sido extirpado do nosso ordenamento pelo bem e higidez de uma desejada justiça equitativa aristotélica.
Enfim está para ser votado no Congresso seu fim.  Duas fórmulas estão em debate, digladiam-se: Uma que atenderia aos interesses da Previdência Social e outra aos interesses da sociedade. Na primeira o aposentando deverá somar, se mulher, 95, se homem, 105, na operação que soma o tempo de serviço à idade do contribuinte. Na mais razoável ao aposentando exige-se a soma de 85/95, respectivamente para mulheres e homens, esta, vale dizer, com menos força entre os membros de governo.
O Congresso está inclinado pela aprovação do PL, entretanto, hipocrisias populistas e eleitoreiras podem fundamentar o veto de Dilma. Dilma, embora entenda danoso para o contribuinte, alega que a alteração não pode ser feita de inopino... Como assim? O fator previdenciário data de 1999... Faltando dinheiro? Que tal gastos mais razoáveis com os programas populares de fundo eleitoreiro?
Não é esse, porém, o “modus operandi” do governo desde os idos de 2002, que opta por “negociar” com a hipossuficiência suas dignidades. Geração de empregos? Autossuficiência de escolhas ideológicas? Para quê?!
Essas espécies de programas sociais deveriam servir apenas como medidas paliativas e temporárias enquanto o Estado não propiciasse oportunidades dos hipossuficientes obterem por seus esforços suas dignidades. A notória ausência de vontade política do Estado em capacitar com educação é a mola propulsora que o populismo se utiliza para promover suas conquistas políticas, com isso, sem capacitação, o mercado não absorve aquela mão de obra desqualificada, que acaba por tornar-se refém dessas espécies políticas estatais alienantes. Em um Estado verdadeiramente comprometido, a indigna “esmola social” já teria sucumbido em grande parte para verdadeira dignidade humana proveniente do labor.
Estado empreendedor, gerador de empregos? Problemas... O Brasil é um país despreparado para crescer até a página dois. Se formos além ficaremos no escuro e com nossos portos e aeroportos em colapso... Somos gigantescos em dimensão territorial, mas nos preparamos para sermos provincianos... Aliás, Dilma comunicou a Nação que um país não pode medir sua grandeza pelo seu PIB (já que muito abaixo do estabelecido pelo governo), mas pelas condições de suas crianças e adolescentes... E os idosos? Restos inservíveis e por isso esquecidos? Enfim, segue-se a lógica cruel...
Sem mais.

19 julho, 2012

KIT ANTI-HOMOFOBIA EM UMA DISCUSSÃO AMPLA QUE TOCA EM HOMOSSEXUALIDADE DESPIDA DE HIPOCRISIAS


Kit anti-homofobia? Pejorativamente alcunhado como Kit gay, surgiu com força e veio a lume em 2011. Em 2011 foi vítima de “bullying” e restou esquecido do convívio com a sociedade. Junto com ele postergou-se para alguns a “esperança” de que as diversidades restassem explicitadas e deliberadas por uma sociedade plural dada a patológicas hipocrisias, mas, que ao menos, por imperativo constitucional, deveria respeitar as diferenças...
Uma pequena introdução que já poderá também ser vitimada pelo preconceito dos setores mais carolas e arcaicos da sociedade. O autor dessa pequena introdução já poderá estar sendo vitimado como pertencente à categoria estereotipada dos “desviados” dos bons costumes e da boa moral, quiçá já categorizado como “pederasta de punho frouxo”...
Bem, quero fazer lembrar que bom senso e razoabilidade independem de gênero ou orientação sexual. Não é necessário ser negro para se defender causas étnico-raciais, nem homossexual para defender pleitos diretamente interessados à homossexualidade. São questões plurais e pelas vestes hipócritas que a recobrem, de inegáveis complexidades, e por isso mesmo devem ser desmistificadas e trazidas à baila para um maior diálogo de assimilação e respeito. Digo questões plurais, pois repercutem não isoladamente nessas “indigitadas” minorias, mas nas maiorias “normais”, que convivem em uma mesma realidade gregária e democrática de interações  e dependências.
Consabido, que em uma democracia participativa a vontade das maiorias deve prevalecer se não fulminar o direito das minorias. É a partir da imposição da vontade das maiorias iniquilando minorias, que construiu-se uma ditadura no modelo nazista...
As questões da homoafetividade não podem ser tratadas como questões políticas, mas sim como questões existenciais de direitos humanos. Dilma vetou o kit anti-homofobia não pelo mérito de ser o kit apropriado ou não, de ser o kit a forma mais idônea de se tratar a questão, mas por pressão da bancada fundamentalista cristã, que ameaçou convocar membros do PT para uma das muitas CPIs daquele ano (2001)... Intolerável! Como questões político-partidárias podem interferir em uma decisão de caráter social que a muito se mostra prioritária pelas repercussões que promove? Para blindar um membro do partido de ser investigado e descoberto por suas mazelas, cede-se a uma chantagem política e veta-se um projeto educacional sem ao menos analisar-se seu mérito? Escárnio!
Comportamentalmente a sociedade mais discernida deveria abraçar causas das minorias que se delineiem legítimas e apropriadas, independente de a elas pertencerem. Quando a sociedade alcançar esse grau evolutivo os debates serão muito mais francos e consentâneos com as verdades, menos partidarizados e rotulados por categorias, teremos uma verdadeira deliberação da sociedade. Por ora, encontramos debates setorizados, onde negros lutam apenas por suas conquistas e só lutarão também pela minoria homossexual se for negro e gay. Peca-se por enxergarmos apenas os nossos próprios umbigos quando nos esquecemos de que há um mundo em volta com que devemos nos relacionar, interagir e deliberar. Essas lutas de tribos não abarcadas pela sociedade provocam muitas vezes a defesa de posições irrazoáveis e antagônicas tornando-se verdadeiros embates mesquinhos não geradores de consenso. O crescimento só ocorrerá de forma sustentável quando às minorias se oportunizar, pois se o tronco e os membros do lado esquerdo se desenvolverem sozinhos a atrofia dos membros do lado direito nos deixarão anormais e tendentes ao desequilíbrio...
Devemos praticar mais a isonomia material, tratando os iguais de forma igual e os desiguais de forma desigual na medida de suas desigualdades, como forma de obtermos um equilíbrio e crescermos por igual...
Particularmente, quanto ao mérito do kit-escola anti-homofobia, discuto sua eficiência. Acho que muito mais que livros e vídeos impondo “verdades” nas escolas, o que pode provocar uma reação de repulsa e revolta diversa da desejada, entendo que os professores devem ser educados para o trato natural das questões que cotidianamente vierem a se apresentar. Desnecessária a tentativa de lavagem cerebral dirigida a uma criança, aprendizado que deve ser gradual e da forma mais natural possível, e não imposto como verdade absoluta. Some-se a isso, um processo preambular de educação a ser produzido e desenvolvido nas mídias para melhor orientar os pais dessas crianças, muitos ainda presos a concepções machistas que certamente apresentar-se-ão como barreiras intransponíveis por qualquer que kit-escola por mais bem feito que se produza. A ideia de não chocar crianças e pais deve ser perseguida, por isso entendo que não é o momento para introduzir-se o kit antes de uma maior conscientização de quem efetivamente possui ingerência psíquica sobre essas crianças. Pular etapas pode causar um efeito bumerangue sem alcançar qualquer evolução pretendida ou mesmo um retrocesso das situações já conquistadas...
Nem Bolsonaro(s) homofóbicos e estúpidos por essência nem defensores das causas das minorias radicais provocadores de discriminações inversas por suas sustentações impositivas apresentarão soluções razoáveis para minorar os defeitos dessa capenga democracia. O razoável deve ser buscado a partir de uma gradual conscientização não impositiva e ser vista com parcimônia e bom senso a partir de nossas realidades não acobertadas sob o manto da hipocrisia.
O kit-escola anti-homofóbico deve entrar novamente em pauta esse ano no congresso. Merece nessa nova oportunidade a legitimidade de uma discussão mais ampla sem contornos políticos como fator fundamental de decisão. Trata-se de questões existenciais que podem ser vistas a partir de uma ótica maniqueísta setorizada.
Sem mais.

17 julho, 2012

"BODES EXPIATÓRIOS" OU “BOIS DE PIRANHA” DO MENSALÃO? CANDIDATOS?


Impressiona como o PT mobilizou-se na busca pela impunidade. Da sociedade compram-se votos e adeptos com políticas populistas, vendem-se ignorâncias, com uma educação desfalecida. Da sociedade compram-se sindicatos, como a CUT, um braço social do PT, com dirigentes remunerados com dinheiro público do PT (partido do mensalão). Da sociedade remuneram-se dirigentes da UNE, braço do PT entre os estudantes. O governo PT remunera quem for preciso para manutenção no poder e pelas impunidades por suas gestões fraudulentas, e dessa forma tenta trazer para o seu lado à opinião pública intelectualmente mais desqualificada e a eticamente mais venal...
O PT trafica influências com a cara que Gepeto criou devidamente lambuzada com os melhores óleos de peroba da praça. Lula, nesse particular, já traficava com sua cara de carranca quando ainda era oficialmente Chefe de Estado, agora, oficiosamente, se preciso, irá até as FARC abrir negociação...  Vítimas de suas desmedidas investidas estão sendo os senhores ministros do Supremo, que dos onze, sete foram indicados pelo PT, e que agora são veementemente cobrados por gratidão...
Lula e a cúpula do partido nos limites do julgamento parecem ter suas estratégias já traçadas. Criar-se-ão “bodes expiatórios”? Como há farta e contundente comprovação da participação dos acusados acostada aos autos do processo do mensalão, a estratégia será tentar canalizar as acusações para os chamados “bois de piranha”, como Delúbio Soares, que encontra-se mais sujo que “pau de galinheiro”, com seu nome constando na quase totalidade das provas carreadas que comprovam a existência do mensalão. Os nomes de maior expressão como são os Zé(s), Dirceu e Genuíno, tentar-se-á confundir os senhores ministros com o objetivo de absolvê-los por insuficiência de provas...  
Lula tem a medida do perigo que pode representar uma condenação maciça dos “mensaleiros” de sua organização. Durante todo o governo fez-se de cego e surdo (mudo não, essa evolução não alcançou) como mentor de todo o esquema que está para ser julgado durante todo mês de agosto jurando a inocência de seus “subordinados”. Junto com ele, os Zé(s), gestores do esquema, mas que a todo custo terão que ser vistos pelos senhores ministros como Zé(s) ninguém do mensalão, já que caciques do partido e defensores históricos ao lado de Lula da “ética do PT”, uma história criada antes da ascensão ao poder e desacreditada , inclusive pelos que ainda creem em papai-noel, lobo mau e boitatá...
A ideia é canalizar toda a acusação aos membros de execução deixando de fora os verdadeiros mentores que arquitetaram e lucraram com o esquema. É nisso que a sociedade não corrompida deve focar suas atenções, pois como no tráfico de drogas, a reclusão dos chefes da boca de fumo não paralisa o movimento, com seus mentores estão blindados por imunidades que o poder político e financeiro lhes fornecem estão prontos para substituir peças e dar andamento aos esquemas...
No STF travar-se-á o maior embate que a política já assistiu entre a ética e a impunidade. Do lado da ética a sociedade pensante não corrompida, ao lado da impunidade a sociedade já corrompida e dirigida pelo PT. E os ministros? De que lado afinal haverão de estar?
Para refletir: Um bom exemplo de aplicação da expressão “bode expiatório” ocorreu com o nazismo, quando Judeus foram cassados mundo a fora como os grandes culpados pelos problemas econômicos na Alemanha. Portanto necessário explicitar que não serão criados verdadeiros “bodes expiatórios” no caso mensalão, pois como executores também possuem suas parcelas de culpa, mas sim, “bois de piranha”, sacrificando os bois de menos valor em troca dos mais valiosos... Para bom entendedor...
Sem mais.

16 julho, 2012

MAIS UM VÔMITO PATRIÓTICO E ANTIDEMOCRÁTICO DO BRASIL


O senhor PaTriota é um escárnio de nossa sociedade pensante, não por sua ilegítima “ignorância” construída nas dependências do respeitadíssimo Instituto Rio Branco, que em muito difere das oportunidades e ensinamentos percebidos pela grande massa social, que pugnam por ludibriar, mas por sua oprobiante relação com as éticas públicas nos âmbitos nacional e internacional, o que só faz refletir sua patológica ausência de caráter no trato das questões tidas de interesse. Um velhaco que faz do cinismo um lazer e parece se divertir com o poder de esculachar lógicas e notoriedades impunimente...
Deve por certo está se perguntando o leitor, de onde surgiu essa volúpia de “elogiosamente” qualificar essa figura pública? Por haver escolhido fervorosamente defender o “lado negro da força” no que só se pode admitir como fruto de um pacto com Satã, aliás, sua proximidade com Lula da Silva muito me remete ao que imagino ser o “Quinto dos infernos”...
Patriota, sobrenome que mais parece parte de um show de Stand Up Comedy de mau gosto com o povo brasileiro, patrocinado pelo “Demo”, vem bisonhamente tentando defender o golpe que arquitetou com sua quadrilha de governo contra o Paraguai e em favor da Venezuela. Seus argumentos definitivamente não nos remetem ao Instituto Rio Branco, local que não merece críticas por ter entre seus filhos um desgarrado dos melhores princípios, como bem sugeriria a letra “Ovelha Negra” de Rita Lee...
Nesta última semana Patriota disse que a Venezuela não é Paraguai e que a resposta da Unasul e do MERCOSUL, sob a batuta do Brasil PeTralha, teria sido um sinal inequívoco de que não haveria espaço para aventura antidemocrática. Meus Deuses! Esse cidadão teria sofrido lobotomia nos PuTrefatos porões do PT?!
Quanto ao Paraguai a covarde resposta ideológica capitaneada pelo Brasil foi uma vergonha que se tentou vender ao mundo, mas que só restou abraçada pelas ditaduras de esquerda... Tentou-se fazer com que a OEA abraçasse a causa, mas pelo absurdo que se revestiram os fundamentos do que apelidaram de “golpe branco”, a ideia foi repelida, e a OEA reconheceu como constitucional o impeachment do populista Lugo, deixando as organizações tupiniquins e o Brasil isolados na parte latrina do continente Americano...
Não restam dúvidas que a deposição de Lugo foi inteiramente constitucional, respeitou-se os estritos dizeres da Constituição paraguaia, e o Congresso do país, por uma decisão política, por uma lavada acachapante de votos, entendeu que Lugo não mais serviria aos propósitos do país, que encontrava-se desgovernado, mais uma anarquia que uma democracia como tentam vender as organizações tupiniquins. Chegou-se ao ponto que os “sem-terra” paraguaios, de tão fortalecidos pelo populismo de Lugo (eleito pelos “sem-terra”), comandavam a polícia paraguaia nas invasões, inclusive a terras comprovadamente produtivas. A polícia era comandada por membros das Farc, que não defendia mais a segurança, a ordem pública, mas o Estado anárquico de esquerda.
A morte de 17 pessoas em uma reintegração de posse ordenada pela justiça, advinda de uma invasão a mais uma terra produtiva, foi o estopim final para deposição de um dos aPedeuTas (um padre anticelibatário com dois filhos feitos de hábito) que controlam hoje a América Latina.
Revolta! Foi o que se viu no continente, ideia, lamentavelmente, de imediato, comprada por parcela mal orientada da imprensa nacional. E então? Missão Foro de São Paulo, Unasul, MERCOSUL (tudo feito da mesma farinha podre) partem enfurecidas com o objetivo de reverter o processo democrático de deposição. Encontram, no entanto,  um Paraguai que faz valer a soberania de suas decisões, uma Corte Constitucional que declara o impeachment constitucional e um povo que em ampla maioria apoia o impeachment de Lugo, conforme comprovado por pesquisas, o que conferiu ao impeachment além do atributo da constitucionalidade, a legitimação...  
Faltava a OEA. A OEA também reconhece como constitucional o impeachment e aos aPedeuTas latinos sobram os embargos, retaliações, para quem ousou pela ruptura desse processo de ditadura disfarçada que vive a América tupiniquim...
Mas os ensinamentos “patrióticos” do Instituto Rio Branco serviram para se tirar proveito dessa situação na conformidade do “lado negro da força”... Com o Paraguai ditatorialmente suspenso do MERCOSUL, a título de represália, aproveita-se para inserir-se a mais escrachada das ditaduras da América, a Venezuela. Isso porque a Venezuela encontrava-se na dependência do parlamento paraguaio para sua aceitação como membro do MERCOSUL, e com a suspensão paraguaia, aceita-se a Venezuela e abdica-se da legítima opinião do parlamento paraguaio composto de membros que lutam por democracia e se demonstraram avessos a regimes de força, antidemocráticos, como é o bolivariano de Hugo Chávez de cadeia...Após derrota para democracia, belo golpe “patriota” de Dilma Rousseff e sua liga aPedeuTa pela ditadura...
Fica a pergunta: Por que essa verdadeira adoração do governo PT por déspotas, por governos de força, antidemocráticos? A Venezuela, apesar de sua quase nenhuma expressão internacional, dentro da América Latina, graças ao Brasil, mostra-se com a mesma força política que o Brasil na tomada de decisões. Chávez protagoniza um governo de uma só voz, onde a imprensa é o governo, e a oposição por sobrevivência se faz de morta...
Isso mesmo, é essa “democracia” bolivariana que PaTriota utilizou para paradigmar-se  como uma democracia ideal... É aquela história: Vai dizer para um maluco que o quadrado não é redondo... Chamemos de maluco, mas entendas da forma mais apropriada...
Sem mais...

13 julho, 2012

JULGAMENTO DO MENSALÃO, UMA DECISÃO DE CONTORNOS IMPREVISÍVEIS...


O tão aguardado julgamento do mensalão funga nos cangotes dos senhores ministros e por certo está a causar os mais profundos calafrios...
Cesar Peluso, Joaquim Barbosa, Ricardo Lewandowski, Carmem Lúcia, Rosa Maria Weber, Luiz Fux e Dias Tóffoli, esse último ex-advogado do PT e membro da AGU no governo Lula, formam o esquadrão de esperança que o PT aposta na incessante busca pela impunidade...
A Suprema Corte Americana, em junho, deu uma contundente demonstração de amadurecimento ético, de grandiosidade institucional, que deveria servir como fiel paradigma ao Supremo Tribunal Federal.
Em julgamento ontológico confirmou a reforma na saúde aprovada pelo governo Obama, que vale dizer vem sendo considerada o maior legado de seus quatro anos de mandato. O ponto mais controverso da reforma é o que obriga todo americano não possuidor de um plano de saúde a adquiri-lo a partir de 2014.
Até o momento creio pela dificuldade de compreender-se o laço que une o julgamento do mensalão ao julgamento da reforma da saúde na Suprema Corte... Pois bem, vamos entender a sutil beleza desse laço?
Resta inelutável a carga política que carrega cada decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal, algumas que chegam a exacerbar o razoável. Não peco pelo exagero em caracteriza-lo como o tribunal mais politico de nossa estrutura jurídico-constitucional. A política faz-se onipresente não somente nas decisões de cada ministro, mas desde a constitucionalizada escolha dos mesmos... Decisões em grande parte encontram-se suas ratios essendi muito mais calcadas em interesses políticos que propriamente nos estritos limites da lei.
A decisão norte-americana reverbera seu brilhantismo menos pelo mérito da decisão e mais pela qualidade ético-profissional de quem a proferiu em última voz. O juiz conservador John Roberts, cuja indicação em 2005 por George W. Bush tivera sido duramente criticada pelo democrata Barack Obama, foi o voto de minerva que desempatou uma decisão que apresentava-se em 4X4, decisão que veio fortalecer Obama e enfraquecer as pretensões eleitorais republicanas. Decidiu segundo sua convicção motivada pelo que entendeu ser o legalmente mais apropriado, sem que ideologias partidárias dominassem seu ofício judicante. Agora sim, creio, resta revelado o laço que une a decisão da Suprema Corte Norte-Americana a vindoura do Supremo tupiniquim...
Teremos um julgamento do mensalão político ou nos estritos termos da lei? A forma com que Lula escrachadamente traficou influências, causando constrangimentos públicos como o vivido por Gilmar Mendes, será capaz de orientar o entendimento de alguns dos ministros? Será que um possível voto de minerva de um dos ministros apadrinhados do PT será independente, de acordo com o trazido aos autos do processo? Será que as éticas individuais seguirão em conformidade com os juramentos perpetrados por cada um dos senhores ministros? Vale lembrar, que os dizerem não são no sentido do atendimento a seus padrinhos políticos, mas no sentido de cumprirem os deveres do cargo em conformidade a Constituição Federal e as leis da República.
Essa decisão tão aguardada e postergada, com prescrições que já se tornaram realidades, será histórica e revelará uma amostragem se o Brasil está deixando de ser um país provinciano de “coronelismo” até mesmo nas mais altas instâncias de poder ou se enfim estamos no caminho para alcançarmos de fato e de direito uma verdadeira República democrática.

11 julho, 2012

A CASSAÇÃO DE DEMÓSTENES TORRES. COMEMORANDO O QUÊ? CARA PÁLIDA...

Cassado Senador Demóstenes. E?
É, realmente não há muito a se reverberar, a cassação era “pule de dez”... Publicamente desmoralizado com base em fartas fontes probatórias despediu-se uma andorinha, mas como uma andorinha não faz verão...
Interessante informar que sai uma andorinha e provavelmente entrará outra de piado semelhante. Assumirá o suplente Wilder Pedro de Moraes, ex-marido da mulher de Cachoeira... Não seria demais dizer que está tudo em casa? Deverá retornar ao cargo de procurador do estado de Goiás... Pergunto: Para esse cargo concursado moralidade pública não se exige?
Essa andorinha que restou “massacrada” em plenário e que tentou piar alto pela última vez, mas que pelo seu desgaste não logrou produzir eco muito além de dezenove mais cinco pares. Dezenove mais cinco pares protegidos pelo famigerado voto secreto do qual já discorri longamente algumas postagens abaixo enaltecendo seu caráter antidemocrático e da mais profunda opacidade republicana.
Uma das perguntas que nesse momento está a persuadir-me e encabular-me consiste em saber qual seria o fundamento dessas dezenove mais cinco andorinhas que inocentariam Demóstenes da cassação. Laços de amizade? Serem feitos da mesma substância? Terem seus “rabos”unidos pelo mesmo nó?
Certo, que nesse episódio a imprensa cumpriu seu fundamental papel de jogar “necessidades fisiológicas” no ventilador. E foi implacável! Tão implacável, que nem mesmo o voto secreto foi capaz de vencer a imoralidade que se respirava a cada voto desferido naquele plenário. Pela contagem percebemos que a grande maioria acredita piamente na máxima de que ladrão que rouba ladrão tem cem anos de prisão, ops, perdão, como que em respeito à lógica de que trair traidor não é traição, é sobrevivência (em uma adaptação)...
Na situação moral que o ex-senador esteve não peco pelo exagero se afirmar que a maior parte dos que votaram pela “ética no Senado” (expressão um tanto excludente, devo confessar) se encontra em situação de isonomia com seu par cassado. A diferença? Parte ainda não foi desvendada e parte falta divulgação, até porque não se pode exigir da imprensa o que só a Deus é dado o poder (em homenagem as “carolas” de plantão), o dom da onipresença, o que não seria suficiente, pois sabemos que a justiça exige pedido de autorização para se gravar imoralidades, para que essas sejam divulgadas com valor probante...
Acho melhor abster-me nesse momento da discussão que encontro-me impelido a adentrar, mas ainda assim lançarei a sementinha da discórdia... Até onde uma figura pública paga com o erário público possui legitimidade para arguir que sua intimidade foi violada e que uma eventual escuta, por não autorizada pela justiça, revelar-se-ia prova ilícita, e, portanto, imprestável a um eventual processo? A justiça, com base em nossa legislação vigente, ainda protege e muito essas figuras notórias de nossa política, para mim um dos grandes empecilhos no combates à corrupção, aos desvios do erário e a maioria dos crimes contra a Administração Pública.  Provável nesse momento alguém que esteja lendo esse parágrafo e raciocinando: O que o “cara” pretende? A criação um “Estado policial”? Dar azo há “denuncismos”? Bom, minha vida é um livro aberto, embora não tenha acesso a dinheiro público para ser fiscalizado, meu travesseiro é meu companheiro... E você? Pode dizer o mesmo?
Sem mais.

08 julho, 2012

ELEIÇÕES MEXICANAS E A ESQUERDA INCONSOLÁVEL E APELATIVA...


As eleições gerais no México alcançaram seus números finais com a vitória da direita. O presidente eleito foi Enrique Peña Nieto, do Partido Revolucionário Institucional (PRI), que obteve 38,15% dos votos. Como no país não há segundo turno, essa porcentagem foi suficiente para declarar-lhe eleito. Na segunda colocação ficou Andrés Manuel López Obrador, candidato da esquerda, pertencente à coalizão Movimento Progressista, com 31,64% dos votos. Na terceira colocação Josefina Vázquez Mota, do Partido Ação Nacional (PAN), com 25,4% dos votos, e na quarta colocação, Gabriel Quadri, do partido Nova Aliança (PANAL), com 2,3%.
Além da eleição presidencial foi realizada a eleição parlamentar, para a Câmara de Deputados e para o Senado. No parlamento, o PRI, do presidente eleito Peña Nieto não alcançou maioria absoluta nem na Câmara baixa nem na Câmara alta. Na Câmara de Deputados, o PRI conseguiu cerca de 230 dos 500 assentos, já o Movimento Progressista conseguiu cerca de 140 assentos e o PAN conseguiu cerca de 120 assentos. No Senado, de um total de 128 assentos, o PRI conseguiu cerca de 58 assentos, o PAN, 40 assentos, e o Movimento Progressista, 29 assentos.
A vitória de Peña Nieto acabou sendo com uma porcentagem relativamente baixa de votos. Desssa forma, a soma de votos dos outros candidatos foi bem superior à quantidade de votos que obteve. Outro ponto a ser destacado é o desempenho de seu principal oponente, López Obrador, ficando a somente 6,5% de Peña Nieto, porcentagem bem inferior às previstas nas pesquisas. Some-se a isso, o fato do PRI não haver conseguido maioria parlamentar absoluta. Não se peca pela imprecisão ao se afirmar que a vitória da direita no México representa um desafio que se apresenta, tendo em vista a maioria dos eleitores não terem votado no presidente eleito, mais precisamente 61,85 dos eleitores mexicanos.
O México é um dos integrantes do G-20, sendo uma das maiores e economias e populações do mundo. Vive um processo de amadurecimento democrático, inclusive no aspecto eleitoral, que em 2006 revelou sua fragilidade e mostrou-se qualitativamente pouco confiável, tendo passado inclusive pelo fracasso de um processo de recontagem de votos...
A vitória da direita, ainda que por pequena margem de votos, promove inelutáveis repercussões na América Latina, precipuamente no espectro integração ao MERCOSUL e a Unasul. Sabidamente, a América Latina tornou a “casa do inferno deste mundo de meu Deus”. A direita por aqui é sabotada e excluída por uma ditadura por ideologia de uma patológica esquerdiopatia, que tende a carregar o continente para o atraso próprio do retrógrado regime sepultado pelo mundo e revivido por aqui...
Quero dizer que a vitória da direita no México o afastará ainda mais dos ideológicos MERCOSUL e Unasul, o que pode provocar ou dar sequencia ao isolamento mexicano do continente, economicamente nada atraente, ideologicamente algo extremamente interessante, já que conforme se sustenta Dizei-me com quem andas e eu te direi quem és ou quem anda com porcos farelo come...
Quanto às eleições de 2012 a esquerda derrotada não perde sua mania de tumultuar e alegar prejuízos de origens fraudulentas. Suas vitórias, no entanto, são sempre honestas, por mais despidas de transparência que possam se apresentar... Fato, que o sistema eleitoral mexicano mereceria um processo mais moderno de apuração e de escolha. Em um país que não adota o bipartidarismo, mas o pluripartidarismo, principalmente para eleições do porte que são as presidenciais, dever-se-ia adotar o 2º turno para melhor definirem-se os aspectos ideológicos que formarão a situação e a oposição.
Salienta-se, que no caso dessas eleições mexicanas um 2º turno não alteraria o resultado, tendo em vista que a 3ª colocada não apoiaria o candidato da esquerda, pois de tendências conservadoras... Na realidade o chororô da esquerda derrotada traz muito das tumultuadas eleições de 2006, embora saibamos tratar-se de algo patológico das esquerdas não aceitarem as derrotas com certa dignidade...
Lamentavelmente repete-se a estória recente paraguaia e o procedimento democrático volta a ser colocado novamente em cheque pela esquerda derrotada na América Latina. É lamentável não se respeitar as soberanias das decisões democráticas como se tem feito por aqui...
Sem mais.

06 julho, 2012

PARAGUAI SOFRE GOLPE DIPLOMÁTICO DO BRASIL E VENEZUELA AGRADECE A PREFERÊNCIA...




Como havia antecipado em post anterior Dilma teria engendrado duas espécies de golpes, o primeiro à Constituição paraguaia e o segundo, um golpe diplomático. Até o momento apenas o segundo lograra êxito.
Esperar o quê? Dilma tem sua estória escrita com pele de guerrilheira comunista e pertence ao partido da zebra que teima em não tirar o manto que lhe escamoteia... Atitudes próprias de uma diplomacia truncada devem ser percebidas como regras quando o assunto ostentar vestes ideológicas. Democracia? Vontade de um povo? Balela.
Dilma tendo sido notificada da tomada democrática e constitucional de poder no Paraguai a partir da deposição de seu aliado da “Liga Esquerdiopata Socialista da América Latina” (LESAL) procurou de todas as formas de reverter o processo. Ao lado de “Chávez de cadeia”, ou melhor, utilizando-se do nauseabundo como porta voz da antidemocrática “LESAL” procurou convencer os generais paraguaios para que intervissem e reconduzissem Lugo (o padre anticelibatário) ao poder, desejo até o momento não atendido... É a ditadora Dilma, que um dia pegou em armas no sonho de implantar-se uma ditadura comunista em lugar da ditadura direitista não se fazendo de rogada no objetivo de fomentar o golpe armado no Paraguai... O que se sabe é que não se logrou êxito pelo fato do Paraguai estar em paz, sem as manifestações que esperavam por parte da sociedade a partir da deposição de Lugo, o que revelaria nitidamente um golpe, sem legitimidade, sem consensus, ponderaram os generais paraguaios...
E o golpe diplomático ao qual havia anunciado em artigo recente? Ocorreu, e se fez em duas frentes, na conformidade dos espíritos de Mãe Diná, que iluminaram esse servo que vos fala... Venezuela no aguardo da aprovação do parlamento paraguaio, que não possui maioria esquerdiopata, para tornar-se membro da MERCOSUL, empecilho...  Fazer o quê? Suspensão do Paraguai da MERCOSUL até as eleições presidenciais de 2013, pressão, vale dizer, com ares de embargos no objetivo de minar o governo democrático não esquerdiopata e eleger outro “esquerdiopata”... Passo seguinte? Bom, golpe seguinte completa-se o golpe diplomático, aceita-se a Venezuela no bloco do MERCOSUL e completa-se o bloco mais comunista e antidemocrático da estória dos continentes...
Venezuela, faço lembrar, que vai além da ditadura, tendo seus membros de poder como membros ocultos das Farc, como investidores bélicos, narcotraficantes e fornecedores de suporte financeiro, conforme comprovado a partir de condecorações de sabidos generais e tenentes-coronéis venezuelanos que praticam dupla jornada, a segunda, oficiosa, nas Farc. Ah, afirmação com base em provas angariadas pela justiça Venezuelana, tipificados como narcotraficantes...  
A coisa é séria, popularescamente como dizem por aí, o bagulho é forte... O continente Latino começa a praticar o amplamente discutido e planejado intento do “Foro de São Paulo”, encontro da esquerdiopatia latina do qual no passado já muito discorri e muito provavelmente ainda muito terei à discorrer, mas em uma próxima oportunidade, se ainda estivermos com legitimidade para democratizar verdades e opiniões...
Sem mais.

04 julho, 2012

VOTO ABERTO, UMA OBRIGAÇÃO DEMOCRÁTICA

PEC 86/97 acaba de ser aprovada no Senado e será apresentada a Câmara. Essa PEC trata do fim do voto secreto obrigando o voto aberto quando se estiver diante de processo de quebra de decoro, de cassação.
Essa salutar aprovação é uma pequena dose de adrenalina que se injeta em favor da desejada transparência democrática. O pífio argumento de que o voto secreto protegeria o político para que vote por sua consciência é aleivoso e sem qualquer sustentação.
Político é eleito para representar os eleitores ou o estado que o elegeu. Não há como cogitar-se democrático um país que tem suas decisões tomadas por políticos profissionais sem que a sociedade possa fiscalizar a fidedignidade da atuação de seus escolhidos. A opacidade política é a arma maior dos Estados despóticos que reverberam pelo isolamento social das decisões políticas mais importantes. Sem transparência não se controla moralidades com opacidade se perpetram impunidades, fato inelutável.
O voto aberto é uma forma de diminuir os efeitos perniciosos do corporativismo, aqui para que telhados de vidro não sejam quebrados um par protege o outro e a cumplicidade é formada. É no voto secreto que se disseminam as corrupções, os tráficos de influências, onde os interesses dos eleitores, em grande parte conectados ao interesse público, são pulverizados pelos interesses privados.
Políticos que de forma ardil dissimulam seus votos para agradar A ou B terão que prestar contas a sociedade e a quem mais venha contrariar. Ser político é conviver com o múnus público da transparência. Não se admite em um Estado Democrático de Direito que o representante de um estado ou de parcela de uma sociedade escamoteie suas decisões de forma a deixar a sociedade às escuras de um melhor discernimento, as escuras da consciência de ter escolhido como representante um ser humano ou um rato de esgoto.
É uma constante luta que a sociedade deverá travar para reduzir o campo de atuação do sistema que se utiliza da falta de transparência para escambiar impunidades. O voto secreto é apenas o granulado de um brigadeiro que deve ser devorado pela sociedade, digerido com gosto e com aquele sentimento de “quero mais”. Nossa democracia convive com lacunas que comprometem seu melhor êxito e que devem ser extirpadas de nosso ordenamento para o seu sadio funcionamento. O ócio social é o fermento que faz a massa da pizza crescer para que sejam arremessadas em nossas caras sem que nós possamos identificar os autores do disparo... Essa ignorância que nos impelem desse sistema sujo e opaco só irá cessar através da luta pelos pilares da democracia, e uma deles é inelutavelmente o voto aberto.

Sem mais.