Não tiro férias deste país, pois por ele continuo peregrinando por entre suas mazelas e torpores sociais dia a dia. Permaneço inalando merda por onde passo e sentindo-me envergonhado pelo que vejo, mas percebo que o escarro dos que "podem" não é nem jamais foi sentido pelos que "devem", por isso, temporariamente, segrego-me em minha concha e deixo que o mar me leve para onde a correnteza estipular...
Em uma certa noite, não sei se bem ou mal dormida, não sei se sonhei ou premeditei, mas tive a ilusão de estar mais velho e dominado pelo autoquestionamento da minha real razão de haver existido. Contava curricularmente com conquistas individuais, mas era tomado por doloridas perdas coletivas, que transformavam em poeira minha mais valia de vida. Fui tomado pelo receio de haver nadado indefinidamente contra maré e não saído da largada, da origem. Espiei à minha volta e atônito percebi a mesma paisagem degradada, o mesmo perfume de esterco. Estava mais velho, mais cansado, despido de forças. Meus movimentos mentais não mais correspondiam às minhas possibilidades físicas, encontrava-me alijado das possibilidades, destruído pela impiedade do tempo e sem ter uma mão que amparasse minha inevitável queda. Foi então que apareceu alguém, que aos meus olhos cansados e de resposta turva me pareceu familiar. Perguntei quem seria e se poderia me ajudar a levantar-me. Foi então que ele com ares de decepção me falou: Meu caro, és meu futuro, o futuro que escolhestes para mim. Perguntei o motivo daquele olhar de marcas profundas e mareado, mas antes mesmo que me viesse a responder o interrompi: Entendi... Fiz-te nadar contra a correnteza por minha ideologia, enfrentar todos dejetos dos homens e reações da natureza e não desviei-te daquela maré contrária que te mantinha na largada. Foi isso, não? Foi então que "ele" me soergueu e me confortou com suas palavras quando me confidenciou aos pés do ouvido: Estás indo e me libertando para que eu trace meu caminho, aprendi com sua obstinação e ainda tenho forças para utilizar-me de teus ensinamentos para que eu chegue ao meu destino. Aprendi que por melhor que se nade, o mar é repleto de atalhos, e se estes não forem perseguidos, a tendência é a estagnação, pois o mar apesar de convidativo é perigoso e impiedoso com os que tentam enfrentá-lo... Por isso protegei-me-ei em minha concha e deixei a vida me levar desta largada que tanto me angustia...
Até!
Em uma certa noite, não sei se bem ou mal dormida, não sei se sonhei ou premeditei, mas tive a ilusão de estar mais velho e dominado pelo autoquestionamento da minha real razão de haver existido. Contava curricularmente com conquistas individuais, mas era tomado por doloridas perdas coletivas, que transformavam em poeira minha mais valia de vida. Fui tomado pelo receio de haver nadado indefinidamente contra maré e não saído da largada, da origem. Espiei à minha volta e atônito percebi a mesma paisagem degradada, o mesmo perfume de esterco. Estava mais velho, mais cansado, despido de forças. Meus movimentos mentais não mais correspondiam às minhas possibilidades físicas, encontrava-me alijado das possibilidades, destruído pela impiedade do tempo e sem ter uma mão que amparasse minha inevitável queda. Foi então que apareceu alguém, que aos meus olhos cansados e de resposta turva me pareceu familiar. Perguntei quem seria e se poderia me ajudar a levantar-me. Foi então que ele com ares de decepção me falou: Meu caro, és meu futuro, o futuro que escolhestes para mim. Perguntei o motivo daquele olhar de marcas profundas e mareado, mas antes mesmo que me viesse a responder o interrompi: Entendi... Fiz-te nadar contra a correnteza por minha ideologia, enfrentar todos dejetos dos homens e reações da natureza e não desviei-te daquela maré contrária que te mantinha na largada. Foi isso, não? Foi então que "ele" me soergueu e me confortou com suas palavras quando me confidenciou aos pés do ouvido: Estás indo e me libertando para que eu trace meu caminho, aprendi com sua obstinação e ainda tenho forças para utilizar-me de teus ensinamentos para que eu chegue ao meu destino. Aprendi que por melhor que se nade, o mar é repleto de atalhos, e se estes não forem perseguidos, a tendência é a estagnação, pois o mar apesar de convidativo é perigoso e impiedoso com os que tentam enfrentá-lo... Por isso protegei-me-ei em minha concha e deixei a vida me levar desta largada que tanto me angustia...
Até!
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