28 abril, 2009

Mahamud Ahmadinejad, bem vindo?


Juventude Judaica Organizada - JJO
MANIFESTAÇÃO NA PAULISTA
Em uma iniciativa da Juventude Judaica Organizada (JJO) — em parceria com grupos judaicos, evangélicos, homossexuais, bahais, de defesa dos direitos humanos e da mulher, com a participação de autoridades e políticos — será realizada, na Avenida Paulista, neste domingo, uma manifestação contra a vinda ao Brasil do presidente do Irã, Mahamud Ahmadinejad. Um país democrático como o Brasil NÃO PODE receber um defensor do totalitarismo, da homofobia, do revisionismo histórico, da discriminação de mulheres e religiosa (bahais, evangélicos, judeus e outras minorias torturadas, massacradas e mortas no Irã) e da destruição de Israel.DATA – 03 de maio, domingoHORA - às 11h00LOCAL DO ENCONTRO – Praça Marechal Cordeiro de Farias (Praça dos Arcos, na esquina da Avenida Angélica com a Avenida Paulista

O blog Mosaico de Lama busca envidar o caminho da maior democratização da leitura conceitual opinativa. Até este momento, abstive-me de declaradamente apoiar através deste espaço qualquer manifestação de protesto, mantendo-me na mais completa higidez idearia de disseminar o repúdio aos abusos de poder político, conclamando os de intelectualidade mais discernida a acordarem e mexerem seus traseiros espinhosos abafados pelo ócio.

Neste momento, abro especialmente um precedente para divulgar esta manifestação pela democracia.

Mahamud Ahmadinejad, hoje sabidamente o grande fomentador do terror (Hamas e Hezbollah) e uma das vertentes mais profundas da insegurança mundial será recebido com pompas de Chefe de Estado pelo governo brasileiro.

O Presidente brasileiro Da Silva novamente mostra-se fascinado pelos ditadores totalitários do mundo moderno, e demonstra, que seu elo latrino-comuna com os vizinhos já não mais estampa sua realidade, ou à estampa à menor, buscando fronteiras mais distantes e com um poder destrutivo superlativamente maior.

O anti-semitismo e o terrorismo de Ahmadinejad, diferente da visão governista esposada por Marco Aurélio, comunista do Foro de São Paulo, de que seria o Brasil um país neutro, são razões mais que suficientes para que eu confira meu integral apoio a causa, que antes de ser política ou religiosa é moral e pela preservação a vida.

Fica aqui mais um protesto quanto a ignara política externa do governo Lula, que deve sim privilegiar as boas relações comerciais para o Brasil (fato por vezes ignorado), porém acoimada de uma mínima ética ao que concerne as suas opções políticas.

Se a cegueira interna tem como causa a profunda ignorância da sociedade canarinho, jogar com as mesmas armas externamente será mais um tiro em seu já “arrombado” pé... Apoiar os nazi-fascistas praticantes de crimes contra a humanidade como faz com relação ao regime truculento latrino, pode custar-lhe futura frustração quando pleitear um cargo na ONU...

Sair do muro da imbecilidade e deixar de se fingir de cego, surdo e mudo (desentendido), por vezes, faz-se necessário. Quero dizer que tomar posições democráticas, antifascistas, certamente corroborarão para uma melhor imagem que a que vem estampando latrinamente...
Dizem que conselho não se dá se vende, porém vai esse de lambuja, afinal quero um dia olhar minha bandeira e não enxergar apenas uma bela bunda...
Manifestações de cunho pacífico são sempre legítimas.

24 abril, 2009

MEDIDAS MORALIZADORAS... COMO?

Comezinho tornou-se a debilidade de quem detém o poder em delimitar onde finda-se o público e inicia-se o privado. Salários acachapantes e benefícios aviltantes são impostos como se fossem legítimos, como se contassem com o consenso popular, e mantidos longe das discussões com a sociedade que os patrocina.
Não consigo vislumbrar nenhum tipo de democracia, nem direta, muito menos participativa, quando o assunto é política. Chamar de democracia apenas o direito de votar, de eleger a mesma corja de profissionais da corrupção definitivamente não reconheço como democracia e estaria a amesquinhar o significado real de uma das mais significativas palavras.
Não está unicamente no longo processo de idiotização cultural a explicação das repetidas más escolhas por parte do cidadão. Formou-se de fato uma casta do poder, onde quem não possui influência para "traficar", torna-se de todo um "Daliti"... Daliti são os impuros, significa quebrado, pisado, oprimido, são vítimas de opressões múltiplas. No tocante à religião por exemplo, não possuem acesso aos templos, seus direitos de ir, vir e ficar são deveres de ir, vir e ficar longe do poder... E só se dão conta do fosso à que estão submetidos quando se jogam e encontram o seu fundo, ou quando se libertam do hinduísmo e se convertem ao islamismo ou cristianismo, pois o hinduísmo legitima o sistema de castas, praticado por mais de 80% da população indiana. Porém se perguntarmos se está correto este modus vivendi a um Daliti, ele provavelmente responderá como a poeira do sapato de um Brâmane...
O tempo passou, mas a religião permanece a orientar o meio social e a política. O Cristianismo, por exemplo, nada mais é que um Hinduísmo disfarçado para congregar mais poder e fideliza-lo hipocritamente pelo mundo. O Brasil por exemplo, de maioria católica, não viveria um disfarçado sistema castas como o imposto pelo Hinduísmo?

Retornando ao foco inicial:
Frases em destaque:
"Daqui a pouco vão querer que eu ande de jegue, more em casa de palafita e mande mensagem por pombo-correio" ironizou, da tribuna, o deputado Domingos Dutra (PT-MA);
"A família faz parte, na minha opinião, do meu mandato" deputado Silvio Costa (PMN-PE);
Marcondes Gadelha (PSB-PB) completou dizendo "que a proibição de uso pela mulher tinha o objetivo "de transformar os parlamentares em celibatários".
O deputado Fábio Faria (PMN-RN), que usou suas cotas de passagens aéreas para beneficiar a ex-namorada Adriane Galisteu e outras celebridades, esteve reunido nesta quinta-feira com Temer. Anteriormente, o presidente da Câmara informara que o caso de Fábio seria analisado pela Corregedoria da Casa. Na sessão de quarta-feira, ao anunciar a limitação de bilhetes aéreos, Temer anunciou que os atos passados não serão punidos. Agora, o deputado já se considera um beneficiado...
"Sobre esse assunto ele já falou (Temer) tenho cópia do discurso dele de ontem (quarta). "Qualquer caso de passagem que não tinha regra é passado. E o meu caso se enquadra nisso".
O caso de Fábio é considerado dos mais graves, porque ele usou verba pública, para o exercício do seu mandato, para aumentar seus lucros em um evento comercial em Natal onde ingressos eram vendidos a R$ 700 justamente por causa do grande número de celebridades presente...
Medida "moralizadora" é anunciada:
Na Câmara, pelas novas regras, que agora devem ir a plenário, viagens ao exterior precisam de autorização da 3ª Secretaria da Mesa. Assessores só poderão viajar como representantes de deputados e também precisam de autorização da direção da Câmara. Fica proibido o acúmulo de créditos com passagens não utilizadas.
Moralizadora?
Para início de conversa como expus, segundo Temer, os abusos praticados serão esquecidos... Como assim? Será que Temer irá recompor o erário público tendo assumido de per si as responsabilidades como Presidente da Câmara?
Segundo ponto destacável é a colocação do adjetivo "moralizadora" na medida... Será que o poder entende ditas cotas para viagens como vale transporte do trabalhador, encarando a sociedade civil como a empresa que custeia? Mas eles só "trabalham" de 2 a 3 vezes por semana, quando não estão em recesso ou em um feriado prolongado... A qual tipo societário nos enquadraram? Seria uma S/A ou uma LTDA... Será que uma medida moralizadora não necessariamente precisa moralizar in totum seu objeto?
1. Qual é o salário oficial de um Deputado Federal?
Após o novo aumento, a remuneração na folha de pagamento vai para R$ 16 512. Com o desconto do Imposto de Renda, na alíquota de 27,5%, o valor líquido é de R$ 11 971,20.
2. Quanto eles embolsam?
Os deputados ganham mais R$ 3 000 por mês de auxílio-moradia e R$15 000 mensais de “verba indenizatória”, que inclui o ressarcimento de gastos tão variados como os de combustível e TV a cabo (por isso mesmo, estão sendo contestados pela Justiça). Além do 13º, eles recebem uma espécie de 14º e 15º como “ajuda de custo”. Dividindo tudo por 12 meses (incluindo o salário e o 13º), o valor mensal bruto passa para R$ 39 390.
3. Quanto eles nos custam?
Em torno de R$ 98 728,08. Além dos vencimentos, cada um tem R$ 50 815,62 para pagar os assessores, mais R$ 4 268,55 para despesas postais e telefônicas e verba de transporte aéreo que oscila hoje entre R$ 4 253,91 e R$ 16 938,44. Isso sem contar as despesas médicas, todas reembolsadas, o direito a publicações, o material de escritório e as despesas comuns de manutenção da Câmara.
O salário mínimo vai para R$ 460 reais.
Medida moralizadora?
Prova que o sistema de poder é execrável in totum:
Não é apenas o Congresso Nacional quem promove a farra de gastos com as passagens aéreas para parentes, amigos, assessores ou lobistas. A Presidência da República despende uma média de R$ 270 mil reais por mês com despesas de viagem em voos comerciais para filhos, parentes ou agregados da família Da Silva. Informações vão no sentido de que não se usa o "Aerolula" e os "sucatinhas" para evitar a transparência como de costume...
Já vaza nos corredores do Congresso que a Presidência manda emitir de 40 a 65 passagens por mês para o deslocamento dos filhos da Puta pelo Brasil.
Senadores ironizam que a turma do Planalto parece ter instituído uma ponte aérea subsidiada com Santa Catarina – onde moram a filha de Lula e o genro dos Da Silva. Há registros de viagens emitidas para a Inglaterra, França, Grécia e Itália, país onde a "primeira-dama" Marisa Letícia e os filhos de Lula também têm nacionalidade reconhecida...
Mais esse escândalo de imoralidade pode estar prestes a bater à porta do gabinete do Presidente. O legislativo passou a raciocinar que não são apenas lucros que se socializam, prejuízos hão de ser socializados e os poderes do Estado hão de solidariamente apodrecerem neste mosaico de lama alcunhado por Brasil...
Sem mais...

15 abril, 2009

SAI DA FRENTE... QUE AÍ VEM O LULA MAIS UMA VEZ DESGOVERNADO E NA CONTRAMÃO!!!


A execução do Orçamento no primeiro trimestre do ano mostra que os gastos da União com pessoal e custeio - as chamadas despesas correntes - cresceram 23,4% em relação ao mesmo período de 2008, o dobro da variação dos investimentos, que aumentaram 11,7%. As despesas com pessoal foram as que mais subiram: 27%, já refletindo os reajustes e demais benefícios concedidos pelo governo ao funcionalismo público. Nesta terça-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que o problema do país não é custo da máquina, mas sua eficiência.
"O que é caro no Brasil não é a máquina, é a ineficiência."

EM COMENTO:
Caro para mim é ter que ouvir de um asno tanta incoerência, tantas palavras vomitadas e dissonantes. Desde que comecei a dar meus primeiros rabiscos neste espaço venho batendo na tecla da completa imbecilidade que estava a se cometer na única mudança de rumo que o governo Lulático imprimiu em relação à política de seu antecessor. Concursos e mais concursos se sucediam e uma tendência desenvolvimentista mundial era solenemente ignorada. Enquanto o mundo e o Brasil até então buscavam ferrenhamente o Estado mínimo e uma máquina pública mais enxuta Lula optou por "inovar", nadar contra a maré e com seu populismo estatizante fez quase duplicar o funcionalismo público deste analfabetizado país.
O Estado mínimo seria o ideário de um Brasil mais eficiente, onde o Estado prestaria tão apenas os serviços públicos essenciais, deixando todo restante a cargo da iniciativa privada, onde o Estado sob o esquema da delegação, em especial da concessão, teria sob seu controle todos os serviços prestados, sob pena de retomada por parte do ente público concedente em caso de prestação ineficiente por parte do concessionário. Teríamos a iniciativa privada mais fortalecida, proporcionando maiores oportunidades de emprego, respeitaríamos os ditames constitucionais do art. 170 da CR, que neste diapasão preceitua, e teríamos, enfim, serviços públicos eficientes, inclusive os essenciais, já que teríamos um Estado bem menos assoberbado em seus deveres prestacionais, porém...
Lula, em mais uma das suas golfadas presidencias sujou novamente sua encaspeada barba e capitulou não ter sido exatamente o custo com pessoal o problema dos estúpidos gastos demonstrados pela União, mas sim a ineficiência da máquina pública... Ora bolas, será que estamos falando de coisas distintas? Recapitulando... Lula abdica da política de um Estado mínimo, incha a máquina pública e o custo Brasil e depois à chama de ineficiente? Em apertada síntese seria um pedido formal de desculpas que Lula estaria fazendo a Nação? Linda atitude Sr. Presidente, reconhecendo sua política como "antalógica" e firmando a grandeza de sua incompetência executiva e por conseguinte trazendo à baila a "nobre" genialidade "mobresca" de seu eleitorado, ou teria Lula dado apenas mais um tiro em seu já metralhado pé?
Lula hoje em meio à "marola econômica" terá que (des)governar um Brasil ineficiente e de custo elevado. Os investimentos do PAC provavelmente ficarão "lost forever" em meio à ineficiência de uma máquina que inchou, inchouinchouinchou... E o brasileiro, que não for parte da máquina Estatal, ainda mais desempregado pela marola, continuará pagando confiscatórios tributos ao lado da achatada iniciativa privada para serem distribuídos para seus analfabetizados eleitores de 2010...
E o Brasil Sr. Presidente?

03 abril, 2009

AMPLA DISCUSSÃO SOBRE AÇÕES AFIRMATIVAS E POLÍTICAS DE COTAS.


Estes são dois irmãos gêmeos, um havia sido aceito pelo programa de cotas para entrar na faculdade o outro excluído... Você saberia dizer quem foi o eleito?
Visões a serem contempladas:
O embate que se trava no Congresso sobre a criação de cotas sociais ou raciais nas universidades brasileiras seria um desserviço, por estar retirando o verdadeiro foco dos problemas da educação brasileira.
Essa é a visão do sociólogo e cientista político Simon Schwartzman, pesquisador do Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade, no Rio de Janeiro, e ex-presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), entre 1994 e 1998.
Na quarta-feira, ao participar de uma audiência pública no Senado, organizada pela Comissão de Constituição e Justiça, que analisa o projeto de cotas, Schwartzman opinou, que seria mais interessante discutir o estrangulamento que está ocorrendo no ensino médio, o que reduz de fato as chances de estudantes de escolas públicas atingirem a universidade.
Em entrevista ao Estadão, o especialista ainda rebateu o argumento da "dívida social" que o Brasil teria com a população da raça negra, após quase três séculos de regime escravagista: "O argumento da dívida social é complicado. Quem deve pagá-la? Os portugueses escravocratas que já morreram? Os filhos de imigrantes japoneses, italianos e alemães que vieram para o Brasil na miséria e não tiveram nada com essa história do passado? Essa maneira de pensar em direitos e dívidas coletivas é difícil de sustentar."
Já a ministra da Secretaria de Promoção de Políticas de Igualdade Racial (Seppir), Matilde Ribeiro, defende que as experiências com cotas raciais em cursos no país, ao considerarem as necessidades de criação de vagas para negros e índios, ampliam as oportunidades para os pobres. Pelos cálculos do governo federal, dois terços dos pobres e miseráveis do país são afrodescendentes.
“Nós bem sabemos que a educação é uma fonte para a melhoria da qualidade de vida. Não é a única, mas é uma fonte, uma ponte muito importante. Então termos mais jovens, homens e mulheres, indígenas, negros, pobres nas universidades é sinal de que a política pública brasileira está se dinamizando e se democratizando cada vez mais”, diz a ministra.
Ela afirma ser “muito difícil separar a pobreza da discriminação racial”. “Quanto mais se olha para a periferia, para as favelas, percebe-se que a maioria das pessoas é negra. Por outro lado, os negros, mesmo os que não estão em condições empobrecidas, são discriminados por serem negros”.
EM COMENTO: É indiscutível que o regime escravocrata influenciou fortemente a estratificação social, sendo esta situação acentuada no momento pós-abolicionista com a chegada dos imigrantes europeus e a competição acirrada pelo mercado de trabalho. Somente a partir dos anos 30, começou a proletarização e urbanização dos negros e dos mulatos, havendo uma melhoria na situação nos anos 50, em razão da industrialização no País.
Para Norberto Bobbio "Praticar a discriminação racial significa dar o mesmo tratamento aos da mesma cor e conceder partes desiguais aos que não são iguais quanto a esta característica".
Há um conto que ilustra muito bem a Ação afirmativa: Dois corredores, um amarrado e o outro solto. Não precisa nem dizer que este sempre vencia facilmente a corrida. Até que o público, percebendo a enorme injustiça que existia, pressionou os organizadores da competição para soltar as amarras do atleta, mas este continuou perdendo, pois seus músculos estavam atrofiados.
Para que o atleta que tanto tempo ficou sob amarras realmente competisse em igualdade de condições, necessário se fez algumas medidas para compensar a fraqueza de seus músculos atrofiados, como por exemplo garantir-lhe iniciar a corrida alguns segundos antes, colocá-lo alguns metros à frente do outro ou outras medidas semelhantes, para que, desta forma sim, disputasse em igualdade de condições.
Percebe-se que a ação afirmativa, chamada de discriminação positiva pelos europeus, não se presta apenas a cuidar das discriminações imediatas e sim da discriminação histórica, introduzida e arraigada em nossa cultura e valores.
De acordo com o conceito da Comissão de Direitos Civis dos Estados Unidos, a expressão ação afirmativa "abrange qualquer medida, além da simples interrupção de uma prática discriminatória, adotada com a finalidade de corrigir ou compensar a discriminação passada ou presente ou evitar que a discriminação ocorra no futuro".
O artigo 5º da CR preceitua como um de seus mais importantes princípios fundamentais o princípio da igualdade, melhor lido como da isonomia. A justiça que reclama tratamento igual para os iguais pressupõe tratamento desigual dos desiguais. Em conceber índios e negros como desiguais é o fundamento da política das ações afirmativas, um perigo iminente...
Até o presente momento os leitores deste espaço devem estar imaginando que sou partidário da política de cotas perpetrada pelo Governo Federal. Ledo engano... Quis sim, trazer os argumentos em sua plenitude para que não restasse viciada minha visão a respeito desta polêmica.
Para início de conversa não há argumento nem histórico nem hodierno que me convença ser saudável qualquer tipo de discriminação racial, seja ela positiva ou negativa... Colocar a cor da pele ou a grossura do nariz como critério de sujeição à política é sem sombra de dúvida uma forma de discriminação odiosa e deve ser repudiada com máxima veermência. Acirrar as diferenças pela cor da pele é um retrocesso imperdoável, um erro que a história serve como maior paradigma de aprendizado. A discriminação positiva nada mais é do que a discriminação negativa na via inversa, e quando o Estado legítimo passa a fomentá-la, deixa de ser um Estado Constitucional democrático e perde sua legitimidade.
A realidade fática também torna-se um óbice quando considerarmos que vivemos em um país mestiço onde caracterizar o que seria negro fatalmente será cometer injustiças, tratando iguais com desiguais e desiguais como iguais em muitas oportunidades...
Cotas sociais já consigo vislumbrar uma certa dose de razoabilidade temática. Há casos descritos em que dois irmão mestiços, no seio da mesma família, com as mesmas dificuldades econômicas onde um consegue ingressar, através do programa de cotas, na universidade, e o outro, por ter dado o azar de ter nascido neste momento da história com a pele menos escura e o nariz um pouco mais perfilado não lograr o mesmo êxito, pois dele foi exigido concorrer com os considerados de pele branca em um vestibular extremamente mais dificultoso... São distorções inaceitáveis de uma política populista e racista que devem ser expurgadas!
Cotas sociais já possuem um outro panorama para se fazer populismo, mas aí sim, despido de racismo e consentâneo com o razoável, muito embora, ainda assim, seja mais uma medida de caráter paleativo, como a grande maioria das populistas, que não atacam o problema no seu núcleo, mas sim jogam o eleitorado, com um imediatismo eleitoreiro... Porém, há de se destacar, ser mais de acordo com o clamor de uma sociedade profundamente estratificada e desigual, que luta por maiores oportunidades para negros, brancos, cafusos, caboclos, mamelucos, pardos, amarelos ou seja lá que porra de cor de pele venhamos a ter.
O problema do Brasil é sim econômico, não fundamentado pela cor da pele, mas pela ausência de oportunidades para se educar, esta sim a questão nodal que o poder finge não ver pelo maior interesse em se manter a política do empobrecimento cultural, do emburrecimento social...
Vamos discutir políticas de inclusão através da dignificação da pessoa humana, onde se percorra um caminho que dignifique uma conquista, e não simplesmente se pule etapas desta conquista fazendo-se caridades e revivendo diferenças que a história tardou a amenizar... As diferenças ainda existentes, que não são poucas, devem ser combatidas, porém sem a costumeira hipocrisia, que faz retirar o foco do real problema a ser enfrentado, empurrando para a próxima gestão dificuldades somatizadas pelo tempo de inoperância dos poderes de um modelo de Estado Federativo que em verdadeiro conluio impedem a sociedade brasileira de exercitar sua democracia e dignificar seus membros como exige nossa lei maior, que até o presente não deixou o campo da literalidade para ingressar na sociedade.