15 fevereiro, 2007

Destinados à merda?
Aos carolas de plantão há destinos. Aos mais céticos, destino é o escapismo dos derrotados.

Eu particularmente entendo que estamos destinados à morte. Vivemos para morrer, mas há um ínterim, que escrevemos dia a dia com merda, sangue ou amor. È bem verdade também, que a merda anda nos rondando e parece ter seu foco numa área central, mas inexorável é: quem lá despeja somos nós, porcos potenciais!

Naquela área central, que é para nós capital, vamos ser honestos, só não há mais merda pois há quem sofra de uma eterna prisão de ventre, que não caga mais também não limpa. Não sei, talvez seja uma espécie de árvore, que está por lá para tornar-se bastante frondosa, fazendo render muitos frutos espalhando por seus galhos, já que insumo é material em abundância naqula região.

Entre a merda que lá jogamos e as árvores que lá plantamos fiquemos com o aquecimento global, que, pelo mais incrível que possa parecer, pode lavar a merda com as chuvas e secar as árvores com o calor.
Ou escrevemos nossas histórias traçando nossos destinos ou seremos mortos sufocados por merda, aos pés de belas árvores frutíferas. Acordemos!!!

08 fevereiro, 2007

Onde está? Ninguém viu...

A única coisa presente em nossas realidades quando se fala em Estado é sua ausência, pelo menos na forma que deveria estar presente. Em matéria de Segurança Pública é risível sua atuação. Qualquer Zé-mané, que não tenha muito a perder encontra um vasto campo de atuação no mundo do crime. Neste mundo o dinheiro corre fácil e vem de todos os lados. Trata-se de um negócio tão lucrativo que desperta o interesse até do próprio estado, que chamarei de legítimo, que se traveste numa irrepreensível e salutar ausência de transparência. Quando desvendado pelo inevitável, a culpa é fruto de uma corrupção pontual que geralmente encontra fundamento final em seu histórico problema social.

Estado e crime vivem hoje como uma perfeita relação adulterina. Embora falido seu casamento com a lei, procura demonstrar-se fiel ao seu juramento ante a sociedade, mas vive uma proibida e irresistível paixão pelo crime. A sociedade não sabe mais a quem recorrer quando o assunto é segurança, o tiro pode vir do Estado legal ou do Estado sem lei, se é que o primeiro existe.

As comunidades de baixa renda vivem mais de perto este paradoxo. Lá a atuação do que apelidaram de estado paralelo recebe a proteção do Estado legítimo, já que chamá-lo de legal é para mim difícil. A corrupção fomenta uma liberdade, delimitada territorialmente onde o Estado se faz anárquico. Lá, manda quem pode obedece quem tem juízo. Enquanto o poder paralelo se mantiver longe da fama, dos flashes, trabalhando dentro de suas competências, o acordo entre os dois estados estará garantido. Mas como sabemos, o estado goza de privilégios quando contrata com particulares e o risco de quebra de contrato é sempre possível, já que os mesmos flashes proibidos a um dos Estados são sempre bem vindos quando dirigidos ao outro, são as chamadas cláusulas exorbitantes...

Hoje três Estados lutam pelo domínio das principais bocas do Rio. De um lado temos as milícias, nova espécie de Estado laranja, que não deveria aparecer, mas percebeu que para ter o poder basta querer, ter vontade, que agindo como uma espécie de filho desnaturado do outro se libertou atrás de seu próprio espaço começando a incomodar o acordo entre os outros dois. A população está entre a cruz e a caldeirinha, veja você: ou apóia o acordo dos dois Estados continuando tudo como antes, vivendo dominado pelo paralelo com todas as diversidades de emoções de uma vida radical, tendo o verdadeiro aprendizado do que é a vida sem necessidade da escola ou opta pelo novo modelo, que em troca de uma quantia mensal e um tanto de opressão, ganham a garantia do sossego e de uma certa ordem que o Estado legítimo tinha o dever de dar, mas não tem o interesse de oferecer. Dúvida cruel... Ia me esquecendo do estado legal...mas este...

Até quando o Estado vai se mostrar impossibilitado aos olhos dos flashes para combater um crime que de organizado só tem o nome, que conta com um exército de meia dúzia de desnutridos e um analfabeto no comando? Meia dúzia de furões do esquema já estão desmoralizando o monstro criado no imaginário popular, e essa luta do estado legítimo contra o novo estado para devolver o poder para o paralelo e tudo continuar como antes, pode ficar um tanto comprometedor...

Particularmente quero torcer para que o estado legítimo não perca sua legitimidade por completo, torcendo ainda para que um dia possa adjetiva-lo também como legal...

05 fevereiro, 2007

Aviso aos navegantes

O mundo passa hoje pelo fenômeno que estão denominando aquecimento global, que em parcas palavras poderíamos apelidá-lo de holocausto natural. Vislumbra-se um começo de resposta que o homem vem buscando da natureza por suas irresponsáveis mazelas. É o show do culto ao umbigo, quem manda é quem polui, sufoca, mata!

A natureza não tem vocação masoquista, pelo contrário, é vingativa, protege a sua espécie dizimando quem as ameace e que não duvidemos de sua, aí sim, vocação terrorista.

Hoje sua maior ameaça é a espécie humana, que usa de sua razão da forma mais irracional possível, que ao contrário da natureza nega-se à proteção de sua própria espécie, dizimando quem só o bem nos faz, mas como ela somos do terror...

Temíamos que a bomba atômica fosse o apogeu de nosso anunciado e esperado fim, mas corremos o risco de esbarrarmos em nossa prepotência altruísta e egocêntrica de acharmos que somos os únicos donos de nossos destinos, embora isso não seja de todo falso. Estamos transformando vidas em mortes e nossa maior amiga em nossa pior inimiga, o símbolo maior de nossas vidas poderá tornar-se o símbolo maior da nossa morte...

A impiedosa natureza já se desfez de quem mal algum fez a ela, pois é assim o ciclo da vida, uma espécie dá lugar à outra, que se mostra menos resistente e é eliminada por seleção natural. Estamos contando com a irracionalidade da natureza, que não julga com eqüidade quem deve ser eliminado em primeiro lugar, vem poupando os maiores malfeitores de uma história escrita com um egoísmo racional, o que o faz ainda mais cruel e burro. Não podemos esquecer, porém, que até os irracionais possuem um instinto, e que se ao homem foi ofertado a racionalidade, que a usemos a nosso favor, e que não nos esqueçamos de uma de nossas descobertas evolutivas, e que muito nos serviu, de que a toda ação equivale uma reação e que não descubramos tarde demais que essa reação pode ser tardia, mas exterminadora!