RETROSPECTIVA DA "ERA LULA", APROVEITE E REFLITA...

ERRATA: AO FINAL DO TEXTO UMA IMPERIOSA CORREÇÃO.

Em um comício de Lula/Dilma embaixo de vaias nesta semana em Minas Gerais, Belo Horizonte:

"Você (virando-se para Dilma) viu a diferença da elite e do povo. E é por esse povo, Dilma, que você vai ganhar as eleições. É com esse povo e para esse povo que você vai governar. Nós começamos essa caminhada lá em cima no Bairro das Mangabeiras, onde mora o povo mais rico de Belo Horizonte, e você percebeu que lá tinha pessoas que faziam assim para nós (sinal de desaprovação). Eu diria para vocês que eu fico constrangido porque aquelas pessoas ricas foram as pessoas que mais ganharam dinheiro no meu governo."

O que se destaca do discurso-desabafo de Lula:

1. Lula prega uma espécie de "apartheid censitária" no país. Divide BH em dois polos: Os "ricos" e os "pobres";

2. Afirma que é para os "pobres" que Dilma deve governar [referindo-se a 7 eleitores, os únicos que à aplaudiram no final da carreata];

3. Constata uma realidade escondida a sete chaves: Quem ganhou dinheiro no governo Lula foram os ricos...

Donde se conclui:

O PT de Lula é uma bomba atômica prestes a explodir... A caminho de uma surpreendente e ao que parece inevitável derrota nas urnas, o PT de Lula mostra que pela manutenção do sistema será capaz de dividir o país em dois grandes blocos, pregando o ódio das classes mais populares, menos instruídas e que nele vota, contra uma "elite" que estudou e sabe discernir, que o vaia... Ao afirmar que Dilma deve governar para àqueles que à aplaudem, mostra sua cara desmascarada pelo ódio. Lula com o que disse, explicou a sociedade o porquê de toda a impunidade justamente se destinar aos seus "companheiros de luta". Para estes, Lula governa, para o povo ele compra voto com o próprio dinheiro do povo... Ao final, ele arremata este raciocínio, quando admite de forma contraditória, que quem realmente lucrou com o seu governo foram os ricos, para quem ele realmente governou, se contradizendo ao mandar Dilma governar para os "pobres" que lhes aplaudiam ao final do comício... Teria Lula se arrependido de ter enganado os "pobres" com sua política meramente assistencialista e sem sustentabilidade? Teria Lula se arrependido de multiplicar o ganho dos banqueiros, dos donos do capital, embora pregasse governar para os "pobres"? A postura de um Presidente da República não deveria ser a de governar para o povo brasileiro, independente da classe social à que pertença? Afinal, Lula é o defensor dos pobres ou dos ricos ou dos seus interesses mais imediatos? Do povo brasileiro sabemos que não é, por suas próprias palavras...

É imperioso constatar, que Lula sob pressão não consegue disfarçar sua truculência com as palavras, não propriamente por sua origem humilde, mas dada a sua realidade no campo da ignorância não ter sido revertida... Lula se "preparou" para ser torneiro mecânico. Acabou tornando-se sindicalista, função que de fato não comprometida por sua ausência de cultura. Tentou por diversas vezes a Presidência da República [89, 94 e 98] sem qualquer preparo intelecto-cultural para cumprir com responsabilidade que almejavam, não logrando êxito. Acabou em 2002 ganhando o povo pelo cansaço utilizando-se como plataforma o fato de ser mais um do povo na luta pelos interesses do povo. Prometendo implantar a "ética petista" na administração pública convenceu boa parte dos brasileiros a dar-lhe uma oportunidade. Aproveitou-se do momento internacional conturbado, "em crise", com a crise argentina, desaquecimento nos EUA, atentados terroristas, proximidade das eleições de 2002 e se elegeu... Este último fator gerou um "pânico" nos investidores, que ao perceberem a possibilidade da vitória de Lula correram para retirar seus capitais aqui investidos. Multinacionais, que aqui vinham se instalar, abortaram a ideia. O país teve que enfrentar um período de recessão, período este que muito se devia ao temor que a candidatura Lula passara ao mercado mundial, prejudicando indubitavelmente o último ano da gestão FHC...

Lula enfim consegue eleger-se. Em 2003/2004 começa uma incrível reação às crises que afetavam as economias mundiais. Argentina mostra que não mais quebrará e inicia um sólido processo de recuperação; o atentado ao World Trade Center é superado e a economia americana volta a crescer em ritmo espantoso, impulsionado grande parte das economias do mundo. Lula herdara uma moeda nacional forte e consolidada do governo FHC e carregou o mérito de continuar a política deste, ainda que cometendo equívocos que impediriam o país de crescer como as nações em desenvolvimento cresciam à época. Deu continuidade, mas uma continuidade com características asistencialista-eleitoreira, mudando sua finalidade precípua, ao programa bolsa-escola de FHC, e como não deu calote no FMI (maior temor da cominidade internacional) e seguiu as regras neoliberais traçadas por FHC, ganhou a chance de reeleger-se, mesmo com o estouro do mensalão petista, que a sociedade não conseguiu, talvez por não estar suficientemente amadurecida, compreender o agravo a moralidade pública que representava, ou por restar calada pela política assistencialista que àquela altura"comia solta" pela reeleição [em prol desta...]...
Reelegeu-se sustentando mentiras, omissões e impunidades, e assim se mantem até os hodiernos dias o seu governo. O diferencial do governo Lula para a sua reeleição foi o alargamento do programa iniciado na gestão tucana, o bolsa-escola. A idéia inovadora do Bolsa Escola foi vincular o benefício em dinheiro dado às famílias pobres ao compromisso das famílias de manter as crianças na escola e frequentar o posto de saúde para vacinação e acompanhamento pré-natal. O governo Lula juntou o Bolsa Escola, o Auxílio Gás e o Bolsa Alimentação (estes também integrantes da Rede de Proteção Social criada por FHC) e criou o Bolsa Família. Aumentou de 5 milhões para 12 milhões os beneficiados, criou uma série de outros programas assistencialistas e reelegeu-se, apesar da crise moral que assolava o governo, metido em escândalos de corrupção encabeçados pelo Partido do Trabalhadores.
De 2006 para cá as crises éticas no governo permaneceram em um processo de continuidade e a opinião pública parecia fingir fechar os olhos exatamente como fingia Lula, calada pelos programas assistencialistas que se multiplicavam e que são por todos nós custeados... A economia continuou a crescer abaixo do crescimento dos países em desenvolvimento, ficando abaixo, inclusive, dos países da América Latina que cresciam em maiores percentuais...
O governo brasileiro passou a quebrar uma série de contratos internacionais (com os países "irmãos") que nos favorecia e "recontratar" de uma forma desfavorável para o Brasil, para os interesses do país, em atitudes insanas e inexplicáveis que visavam favorecer o crescimento da América Latina, em especial dos países governados por ditadores da esquerda pertencentes ao Foro de São Paulo... A sua idolatria pelos líderes das ditaduras da esquerda acabou por ganhar o mundo e fez do Brasil asilo político de ditadores e genocidas. O Brasil passou a defender as ditaduras terroristas  frente ao mundo colocando em xeque nossa histórica índole diplomática imparcial, e quando parcial, em favor das posições democráticas...

Foi no seu segundo mandato que Lula procurou conquistar para além de sua política do assistencialismo não sustentável. Está em curso um viés que se apresenta como um fatal retocesso de uma política econômica muito bem iniciada por FHC, que encontra amparo constitucional, para o fito de conquistar uma outra parcela da sociedade, a dos funcionários públicos. Inicia-se em nosso país o retrocesso da estatização, modelo adotado na "desenvolvida" Venezuela de "Chavez de cadeia", onde se abre mão do modelo implantado por FHC de Estado mínimo, gerencial, para retornar àquele modelo falido e retrógrado de Estado mal-prestador, inchado, obeso, retirando da iniciativa privada, sob o controle estatal das agências reguladoras, as atividades que são muito melhor prestadas pela iniciativa privada ou por esta em cooperação com o poder público, se, por obvio, devidamente fiscalizada e bem contratada por este... É o modelo da ditadura esquerdiopata, que centraliza poderes e condiciona o eleitor a miséria de um assistencialismo barato e corrompedor da dignidade da pessoa humana. Este processo de atraso com repercussões na economia e no social ganhará maior formatação com Dilma, está claro...

O processo se iniciou. É este o Brasil que você quer?

Até 1 mês atrás encontrava-me desacreditado. Diziam as pesquisas, que era sim este o Brasil que o povo em sua egocêntrica ignorância, de certa forma ingênua, esperava. Começo a perceber porém, um pequeno e repentino amadurecimento, o povo está iniciando o processo de percepção, que não se deve misturar alhos com bugalhos, que Lula não é Dilma e que o ruím sempre pode piorar... É uma evolução Pokemon, mas já é uma evolução...
"ERRATA": Venho em tempo fazer uso do meu poder de autor deste espaço, para neste momento, posterior ao da postagem do presente texto, adequá-lo a realidade, retratando-me. Quando o escrevi, as pesquisas de opinão (nada confiáveis conforme demonstrei em postagens anteriores) anunciavam uma surpreendente recuperação da candidatura Serra. De certa forma, ainda que palidamente em minha eterna descresça social, ousei propor um comentário PVerde esperança, imaginando o despertar de uma profunda hibernação popular, não propriamente no aspecto positivo da escolha, mas pelo aspecto negativo da rejeição... Porém, devo admitir haver sido tomado do mais ledo engano, tendo sucumbido pateticamente pela ingenuidade de uma euforia despida de qualquer veste factível com nossas realidades. Me contradisse por tudo que até esta postagem apresentei neste espaço, iniciando premissas que ludibriariam escusavelmente apenas ébrios culturais ou afoitos impúberes, conjecturando, enamorando, com a possibilidade de se formatar conclusão verdadeira. Passei acredito, por autodiagnóstico, pelo mais profundo estado de letargia mental... 
Por isso, retorno ao meu estado de sanidade e volto a reafirmar a miséria cultural do povo brasileiro, que é tomado pela mais profunda mediocridade ético-moral corroborada por sua histórica pobreza intelectiva... Nossa elite intelectual não prostituída, lamentavelmente, não conta com a força necessária para sobrepujar a democracia da maioria, que mesmo em seu solene silêncio, brada por ensurdecedor volume em uma originalmente pensada democracia de bases hipócritas e inefetivas...
Parabéns ao povo brasileiro pela escolha da escória que nos reflete...
Salve o Lula, salve a Dilma! 
Salve o ParTido que não assinou a nossa Constituição de 1988, pois não pretendiam o modelo social-democrata aprovado, mas o socialista-ditatorial que admiram! Salve o ParTido que votou contra o plano real, contra a Lei de Responsabilidade Fiscal, salve o ParTido que votou e governa contra os brasileiros e à favor dos "cumpanheiros" comissionados ou "encabidados" de "lula", ops, luta...