03 dezembro, 2007

A primeira derrota da(s) besta(s)...

A lástima temida não se confirmou e Chávez tropeçou no tabuleiro... O povo venezuelano resistiu ao voto de cabresto, e mesmo entre muitas ovelhas mostrou que naquela selva também há leões... Impediu-se nas urnas uma ditadura oficializada e se recusou o vale a pena ver de novo de 1933, quando um referendo institucionalizou a ditadura de Salazar em Portugal...
Chavez utilizou da democracia para erigir-se ao poder, porém, uma vez eleito, manipulou e abusou de seu poder com o propósito de descartá-la. Com o referendo, pretendia eliminar a saudável alternância no poder, aumentando o mandato presidencial para sete anos, sem qualquer restrição à sucessivas reeleições. Abria campo para criar novas cidades e províncias federais, administradas por pessoas nomeadas por decreto. As assembléias estaduais e câmaras municipais passariam a dividir o poder com conselhos comunais, que receberiam verbas diretamente do governo central, era enfim um início de uma luta, que ainda não teve decretado seu fim... Não custa lembrar e esclarecer, que todos aqueles que assinaram a lista do referendo revocatório, que pedia o fim de seu mandato restaram exonerados do serviço público... Quando ouviu as notícias da boca de urna, munido de sua ínsita e patética prepotência presunçosa, declarou que respeitaria o resultado das urnas... Agora, ao atrapalhado ditador, só resta enrolar a língua e enfiá-la dentro da boca, ainda que com algumas mordidas... Seu mandato total ficará portanto com 14 anos, muito para o mundo, pouco para Chávez e alguns líderes latrinos... O resultado serviu para confortar os corações mais democráticos, já que logrou-se êxito em uma batalha, mas como se sabe alegria de pobre dura pouco e novas e duras batalhas hão de ressurgir...
Dessa bela resposta, da maior parte do povo venezuelano, o que me deixou pesaroso e envergonhado é a certeza de pertencer a uma sociedade com um grau de alienação encefálica superior, pois mostrou àquele povo, que ao menos sabem distingüir democracia de ditadura, populismo de uma política popular, o moral do amoral. A maior parte daquele povo não se vendeu por um prato de comida, embora também dele precisasse...
Não resta dúvida, que os governos populistas da redondeza receberam um aviso, que falta de cultura não é sinônimo de idiotice, e que para continuarem a atochar devem despir-se da hipocrisia e levantar a bandeira do que realmente pretendem... Quero dizer, que ditadura não se ganha nas urnas, mas sim, é a democracia que por lá se perde, salvo exceções, como a de Salazar em Portugal... Por isso, digo aos ditadores, que dispam-se da hipócrita capa da democracia, e partam de vez para truculência própria do regime, se quiserem perpetrar o plano de uma esquerda ditatorial na América Latrina, salvo, é claro, o Brasil dos cordeirinhos domesticados e "mobralizados"... Por aqui não há luta...


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