16 janeiro, 2009

A MARCHA FÚNEBRE DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA

A hora da verdade aproxima-se a passos largos. O verde desertifica-se e apenas os mais resistentes e sagazes sobreviverão... Proximidade do holocausto? Não sei...
A contradição metodológica em meio a inevitável crise global inicia sua caminhada. A busca pela legitimidade no poder, que outrora foi adquirido por "X" passa a tornar-se de maior exigência, impelindo-se por "2X". Um país que em sua contradição promete crescimento e desemprega, mas esmola...
A marolinha já fez produzir cerca de 800 mil novos desempregados de carteira assinada, são 800 mil, que unem-se a outros milhões que não ajudarão a sustentar a já falida e deficitária Previdência, que não darão suas parcelas de contribuições para o anunciado crescimento da economia através do consumo, que angarearão o desprazer de ingressar as já desumanas filas do SUS. O já escasso verde das montanhas cariocas evoluirão à clarões, que darão lugar à casebres indignos por natureza, que se farão lotear os diversos espaços ocupados pelo Estado paralelo, tão bandido quanto, porém ilegítimo. A alguns restarão a liberdade "vigiada" das ruas para dormir e acordar, para criar seus filhos e ensinar-lhes o ofício de roubar por uma sobrevida...
A previsibilidade do gênero dos imbecis, porém, concede ao homem médio o especial dom da antecipação dos fatos. Denotava-se de obviedade mais que meridiana, que a aproximação das eleições faria provocar o crescimento do assistencialismo político. Hoje, tornou-se prioridade institucional de sobrevivência por uma sub-cidadania a adoção desta política para efeito de manutenção da desejada popularidade. O governo se verá obrigado a proceder pela doação de parte ainda mais substancial do confisco que já faz do cidadão que ainda consegue trabalhar para quem almeja o processo de continuismo, se não pessoal, ao menos partidário, esbulhando-nos com mais de 40 % de nossas remunerações...
No lugar da dignidade do emprego o governo somatizará a oferta de "dinheiros gratuitos", a oferta de indignidade será em proporção geometricamente maior a já imoral praticada até o momento, será esta a moeda de troca que fará afarinhar mais barrigas vazias, vítimas da péssima administração política da coisa pública. Sob a égide de um método simplório, paleativo e hipócrita de usurpação da consciência e direito de escolha do cidadão desprovido, verdadeiro voto de cabresto pautado na mais cruel necessidade de sobrevivência, a fome. Faz-se criar o vício pelo assistencialismo como forma de se perpetuar, semelhante ao mal que percebe-se em outros sub-países como a irmã Venezuela...
Formamos um todo sem educação, saúde, segurança, emprego, vergonha, dignidade e graças a tudo isso quiçá com menos fome...
Será que para matar nossas fomes, nossas dignidades também devem ser sacrificadas até a morte?

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