Volto a frizar em um profundo lamento que vermelho sangue, ao que tudo indica, tingirá o continente Latrino Americano. É o renascimento da utopia antidemocrática, que nos cobrirá de vermelho e nos sedimentará como escória isolada da humanidade globalizada. Está aberto o caminho do retrocesso e das "desconquistas"...
Por aqui, como não poderia deixar de ser, o PT recebeu com enorme festejo o que denominaram de marcha bolivariana e assim expressaram-se em seu site oficial:
"Grande Marcha bolivariana respalda reforma de Chávez"
"Centenas de milhares de pessoas, segundo a nada entusiasmada mídia internacional, participaram da Grande Marcha em apoio à reforma constitucional na Venezuela, que percorreu Caracas neste domingo. A demonstração de força bolivariana iniciou a campanha para o referendo de 2 de dezembro. Não poderia haver resposta mais contundente aos distúrbios violentos provocados pela minoritária oposição venezuelana, que se opõe à reforma constitucional. Maré vermelha se destaca na panorâmica da marcha. O presidente da república Bolivariana da Venezuela, Hugo Chávez, liderou a mobilização, acompanhado pelo vice-presidente e coordenador do Psuv (Partido Socialista Unificado da Venezuela), Jorgue Rodríguez. Com Chávez à frente, a multidão percorreu as Avenidas Francisco de Miranda, Libertador e México, até chegar à Avenida Bolívar".
"Centenas de milhares de pessoas, segundo a nada entusiasmada mídia internacional, participaram da Grande Marcha em apoio à reforma constitucional na Venezuela, que percorreu Caracas neste domingo. A demonstração de força bolivariana iniciou a campanha para o referendo de 2 de dezembro. Não poderia haver resposta mais contundente aos distúrbios violentos provocados pela minoritária oposição venezuelana, que se opõe à reforma constitucional. Maré vermelha se destaca na panorâmica da marcha. O presidente da república Bolivariana da Venezuela, Hugo Chávez, liderou a mobilização, acompanhado pelo vice-presidente e coordenador do Psuv (Partido Socialista Unificado da Venezuela), Jorgue Rodríguez. Com Chávez à frente, a multidão percorreu as Avenidas Francisco de Miranda, Libertador e México, até chegar à Avenida Bolívar".
O comunismo Venezuelano, como visto, empolga a ainda tímida, pusilânime e insegura ditadura petista. Por lá uma guerra civil está por se tornar uma realidade de contornos que se definirão muito em breve, por aqui, a cor vermelha da situação fica no aguardo da sorte da irmã, que tornou-se a cobaia ideal para um passo mais ousado...
As mudanças por lá, dentre outras, abarcam a redução da jornada de trabalho para seis horas diárias, a proibição do latifúndio e do monopólio, a prevalência da propriedade social sobre a privada, a mudança do nome do Exército para Força Bolivariana e Antiimperialista, a institucionalização das missões sociais, o fim da autonomia do Banco Central, uma nova divisão administrativa do país. Mas não para por aí, compreendem ainda o aumento do mandato presidencial de seis para sete anos e a possibilidade de reeleição indefinida – ponto que alberga as mais duras críticas da mídia dominante internacional...
Cuidado Brasil, pois o vermelho da vergonha pode tornar-se vermelho sangue...
Por aqui a situação tem a seu favor a passividade de seus representados, que alcançaram o orgasmo após tomar de quatro, e não satisfeitos optaram por tomar de oito... Será que agüentarão tomar de doze? Como diz nosso representante maior, o Brasil é o país do futebol e será mais do que nunca até 2014... Hemorróidas a vista...
4 comentários:
Olá Leonardo,
Conheci seu blog hoje através de um contato no Multiply (multiply.com) e to gostando muito dos textos.
Concordo com tudo que você disse neste post. E os coleguinhas de Foro estão muito encantados com a astúcia opressora do Fidel Chaves.
Abraço, visitarei o blog diariamente.
Z
Boa noite, Leonardo!
Bem, assim como o primeiro post, também cheguei até aqui através de uma indicação no Multiply. Muito bacana. O melhor é que, com relação aos petistas, pode-se praticar a língua portuguesa de fato e os vermelhos-estrelados jamais saberão o que está escrito: fidelizar ideais a quem, horrivelmente, toma o analfabetismo como prova de conquista e orgulho, não consegue mesmo decifrar o que há de belo neste lugar.
Voltarei mais e mais vezes. Blog bacanérrimo.
Abraços!
"Caminho dez passos, ela se afasta dez passos. Corro cem metros, ela se afasta cem metros. Por mais que eu a persiga, jamais a alcanço.
Então para que serve a utopia?
Serve para isso: para fazer caminhar."
Eduardo Galeano
CORREIO BRAZILIENSE
Brasília, quarta-feira, 24 de outubro de 2007
Venezuela
Ameaça à soberania
Hugo Chávez envia 15 diplomatas para municiar organização política antiimperialista que deseja transformar o Brasil numa "democracia socialista"
Claudio Dantas Sequeira
Da equipe do Correio
A infiltração ideológica do governo de Hugo Chávez no Brasil vai muito além do lançamento do livro Simón Bolívar – o Libertador. O Correio descobriu que o mandatário venezuelano tem um projeto político especial para o país, no qual assenta as bases de uma luta revolucionária em prol do socialismo do século 21. Parece piada, mas não é. O trabalho de campo está sendo coordenado pelo venezuelano Maximilian Arvelaiz, homem de confiança de Chávez. Há quase um mês, ele percorre várias capitais brasileiras com a missão de reorganizar os Círculos Bolivarianos e outras unidades de apoio à causa chavista.
Essa articulação culminará na realização da primeira Assembléia Bolivariana Nacional em dezembro, no Rio de Janeiro. No encontro, será lançada a versão tupiniquim do Movimento Bolivariano. Trata-se de uma frente antiimperialista dedicada a transformar o Estado numa "democracia socialista", como consta do próprio estatuto desse futuro organismo, obtido com exclusividade pela reportagem. As linhas teóricas do documento repetem, sem timidez, o ideário da Reforma Constitucional chavista e sua meta de construir um "poder popular" para formar uma "federação socialista latino-americana".
O Movimento terá hino, símbolo e bandeira próprios, e prevê cooptação de posições estratégicas em partidos, sindicatos, associações de bairros, grupos religiosos, ligas camponesas e empresas. Arvelaiz não está sozinho. Para apoiá-lo, Caracas enviou mais 15 diplomatas à embaixada em Brasília e consulados, inclusive um adido de inteligência. Para não despertar suspeitas, o Palácio de Miraflores deu a justificativa oficial de que se trata de um "reforço diplomático" para impulsionar as relações bilaterais.
Nada mais coerente quando o próprio presidente Lula classifica Chávez como parceiro importantíssimo e força a imediata aprovação no Congresso do Protocolo de Adesão da Venezuela ao Mercosul. De fato, hoje será votado o parecer do deputado Dr. Rosinha (PT-RR) sobre o assunto na Comissão de Defesa Nacional e Relações Exteriores da Câmara.
Círculos
O enviado especial de Chávez tem se reunido com os coordenadores dos vários Círculos Bolivarianos espalhados pelo Brasil para instruí-los da mudança de status dessas células sociais. Deixam de ser apenas unidades para a disseminação da doutrina bolivariana e se tornam parte de uma estrutura nacional, uma frente política aparelhada. O documento trazido por Arvelaiz e que sofreu adaptações à realidade nacional orienta à "formação de mulheres e homens dispostos a assumir a responsabilidade de conduzir a pátria brasileira e latino-americana até nossa definitiva independência".
"Para nós, a construção do socialismo no Brasil tem de recolher de forma crítica e inovadora experiências históricas de larga duração, oriundas dos setores nacionalistas revolucionários do velho PTB, de correntes dos velhos PCB e PSB, da Organização Revolucionária Marxista-Política Operária (ORM-POLOP) e da chamada 'nova esquerda'", informa o texto de apresentação do evento no site http://assembleiabolivariananacional2007.blogspot.com. A página é mantida pelo Círculo Bolivariano Leonel Brizola (fundacional), cujo coordenador é o jornalista Aurélio Fernandes, membro da CUT-RJ e do diretório nacional do PDT.
Fernandes criou a chamada Casa Bolivariana, que reúne todas organizações similares do Rio. É o caso do Círculo Bolivariano Che Guevara, que reúne universitários. Eduardo, um dos responsáveis, confirmou à reportagem que o Movimento Bolivariano recebe apoio do Consulado Geral da Venezuela, capitaneado pelo embaixador Mario Guglielmelli Vera. "A gente conta com a ajuda deles, não só formando uma base de solidariedade à revolução na Venezuela e em Cuba, mas ajudando na construção de uma revolução no Brasil." Ele ressaltou o trabalho intenso do novo cônsul, mas garantiu que se trata de apoio político e não financeiro.
Segundo ele, quem banca os Círculos são os próprios integrantes e não há financiamento externo. No entanto, o capítulo novo do estatuto do Movimento determina que as finanças terão origem em contribuições não só dos militantes, mas "doações de pessoas e entidades jurídicas" — o que inclui qualquer tipo de patrocinador. Cada instância do Movimento deve anualmente "preparar um plano de arrecadação de fundos" e "tomar iniciativas com empreendimentos econômicos e financeiros, de propriedade coletiva, que venham representar entrada de recursos".
O Movimento terá como fachada jurídica a Associação Nacional pela Educação Popular e a Cidadania. Em nome dela estarão todas as propriedades e documentos legais. O petista Afonso Magalhães, diretor do Círculo Bolivariano de Brasília, simpatiza com a iniciativa, mas pondera. "Temos de conduzir isso com os movimentos populares, sem se afastar da base social do PT e do Lula, senão a gente fica isolado, com um discurso ideologizado". Magalhães, que esteve com o enviado de Chávez, orientou a Caracas evitar a radicalização com o governo. "Se alimentar antagonismo com Lula, vai dividir em vez de unir".
Os Círculos Bolivarianos reúnem em sua direção intelectuais, políticos, sindicalistas, empresários e estudantes. Há membros do PT, PSol, PDT, CUT e MST. O Rio de Janeiro é o estado com maior números de unidades bolivarianas (sete), grande parte sob o guarda-chuva do Círculo Bolivariano Leonel Brizola. Distrito Federal, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Bahia e Amazonas também têm organizações.
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