Muitas questões a serem levantadas na talvez maior crise de mercado de todos os tempos, sem ironias ou sarcasmos, não é o momento... Comecemos: Sinais desta crise começaram a surgir nos últimos suspiros de 2006, flechando com maior profundidade o coração do sistema bancário norte-americano em meados de agosto de 2007, ocasião que os países ricos já vinham amargando prejuízos em grande monta.
A crise encontrou seu nascedouro no sistema imobiliário com a quebra dos subprimes, mercado de crédito para baixa renda, o que fez gerar uma crise de crédito, que por sua vez desembocou em uma crise bancária, alcançando hoje a economia real global, a partir da obstrução nos canais de transmissão no mercado de crédito, vindo a restringir como conseqüência automaticamente previsível o consumo das famílias norte-americanas, que representam 73% do PIB do país.
Em meados deste ano a crise alcançou as grande agências hipotecárias garantidoras do mercado imobiliário, Fred Mac e Fannie Mae, porém nada superou a semana que passou, quando se deu notícia da quebra do quarto maior banco de investimento, Lehman Brothers, a conturbada venda da Merril Lynch e o golpe de misericórdia que acirrou de vez o mercado mundial, a estatização da maior seguradora americana, a AIG.
Com o mercado em pânico, sem crédito, com aversão a palavra risco, os Bancos Centrais norte-americanos e da Europa injetaram 180 bilhões de dólares na economia, mas o mercado não respondeu e a crise não se fez de rogada permanecendo a espera de medidas que façam a economia respirar e deixar a UTI, ainda que com a ajuda de aparelhos, é o que se espera deste paleativo pacote, porém fundamental para a saúde de todos...
O que é fato, embora por longo período negado por nosso ignaro Presidente é que a crise atingirá em cheio não apenas as grandes economias, mas sem piedade também as emergentes como Brasil, China e Índia... Com a inevitável retração na oferta de créditos, a economia norte-americana reduzirá drasticamente seu crescimento, reduzindo inexoravelmente o fluxo comercial, com isso as nossas exportações, reduzindo ainda a quantidade de capital investido nos países emergentes... Além disso, os estrangeiros que aplicam em mercados emergentes, como o Brasil, vendem seus papéis para cobrir perdas lá fora, e com a oferta elevada, os preços dos papéis despencam... O risco Brasil certamente angareará mais alguns pontinhos, o capital especulativo deixará de adentrar, fazendo nossas reservas esvaírem-se entre os 9 dedinhos, ops, 10... Nosso PAC não sofrerá grandes mudanças, nosso Projeto de Aceleração da Corrupção perseverará em sua progressão incólume, manter-se-á todo vapor, já o do "crescimento" sairá de seu estado de sono profundo para o de coma, "induzido", vá lá... A verdade é que quando o mundo cresceu o Brasil estava dormindo, hoje em um mundo que se promete recessivo difícil imaginar que o Brasil cresça... Dormiu perdeu...
Para uma melhor compreensão eu pergunto e eu mesmo respondo, crédito subprime, o que seria? Os mercados ao redor do mundo já andavam preocupados com o setor imobiliário nos Estados Unidos, que atravessou um boom nos últimos anos. O medo principal era sobre a oferta de crédito disponível, já que, há algumas semanas, foi detectada uma alta inadimplência do segmento que engloba pessoas com histórico de inadimplência e que, por conseqüência, podem oferecer menos garantia de pagamento, isto é o chamado crédito "subprime", de segunda linha.
Justamente por causa do mega volume de dinheiro disponível ultimamente, o "subprime" foi um setor que ganhou força e cresceu muito. Emprestava-se com a mesma facilidade que se comprava uma bala no baleiro... A atual crise é proporcional à sua irresponsável expansão.
Como os empréstimos "subprime" embutem maior risco, eles têm juros maiores, o que os torna mais atrativos para gestores de fundos e bancos em busca de retornos melhores. Estes gestores, assim, ao comprar tais títulos das instituições que fizeram o primeiro empréstimo, permitem que um novo montante de dinheiro seja novamente emprestado, antes mesmo do primeiro empréstimo ser pago, é a figura da antecipação do crédito, em que se faz circular e oferece maior liquidez ao mercado. Também interessado em lucrar, um segundo gestor pode comprar o título adquirido pelo primeiro, e assim sucessivamente, fazendo o título circular.
Porém, se na raiz deste iceberg (o tomador) não consegue pagar sua dívida inicial, ele dá início a um ciclo de calote sentido pelos compradores dos títulos. Resultado: todo o mercado passa a ter medo de emprestar e comprar os "subprime", o que termina por gerar uma grande crise de liquidez (retração de crédito). Neste mundo de globalização financeira, créditos gerados nos EUA podem ser convertidos em ativos que vão render juros para investidores na Europa e outras partes do mundo, por isso o pessimismo influencia os mercados de uma maneira geral. Num mundo de incertezas, o dinheiro pára de circular, quem possui recursos sobrando não empresta com medo do calote ou pede garantias inacessíveis aos "pedintes" necessitados de momento, por isso quem precisa de dinheiro para cobrir falta de caixa não encontra quem forneça, encontrando sim a insolvência ou a falência, a depender do personagem em questão... Está aí a necessidade do paleativo pacote, já que o mais importante neste momento é a sobrevida...
Justamente por causa do mega volume de dinheiro disponível ultimamente, o "subprime" foi um setor que ganhou força e cresceu muito. Emprestava-se com a mesma facilidade que se comprava uma bala no baleiro... A atual crise é proporcional à sua irresponsável expansão.
Como os empréstimos "subprime" embutem maior risco, eles têm juros maiores, o que os torna mais atrativos para gestores de fundos e bancos em busca de retornos melhores. Estes gestores, assim, ao comprar tais títulos das instituições que fizeram o primeiro empréstimo, permitem que um novo montante de dinheiro seja novamente emprestado, antes mesmo do primeiro empréstimo ser pago, é a figura da antecipação do crédito, em que se faz circular e oferece maior liquidez ao mercado. Também interessado em lucrar, um segundo gestor pode comprar o título adquirido pelo primeiro, e assim sucessivamente, fazendo o título circular.
Porém, se na raiz deste iceberg (o tomador) não consegue pagar sua dívida inicial, ele dá início a um ciclo de calote sentido pelos compradores dos títulos. Resultado: todo o mercado passa a ter medo de emprestar e comprar os "subprime", o que termina por gerar uma grande crise de liquidez (retração de crédito). Neste mundo de globalização financeira, créditos gerados nos EUA podem ser convertidos em ativos que vão render juros para investidores na Europa e outras partes do mundo, por isso o pessimismo influencia os mercados de uma maneira geral. Num mundo de incertezas, o dinheiro pára de circular, quem possui recursos sobrando não empresta com medo do calote ou pede garantias inacessíveis aos "pedintes" necessitados de momento, por isso quem precisa de dinheiro para cobrir falta de caixa não encontra quem forneça, encontrando sim a insolvência ou a falência, a depender do personagem em questão... Está aí a necessidade do paleativo pacote, já que o mais importante neste momento é a sobrevida...
Quanto ao pacote, salutarmente votou-se antes no Senado onde se tinha por certo sua aprovação, quanto a Câmara, bem quanto a esta agora é na pressão...
"ALEA JACTA EST!"
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