21 abril, 2012

SUPREMO FERVENDO E EM PROFUNDA CRISE INSTITUCIONAL.

Supremo ou Casa da Mãe Joana? Dúvidas a partir dos últimos acontecimentos são legítimas. Superegos e amesquinhamentos de personalidades não são novidades na Suprema Casa, que ao arrepio de qualquer dúvida, definitivamente, não é a Casa do Senhor...
Aqueles onze “distintos” senhores literalmente possuem o poder, mas possuem o poder pulverizado entre onze, não deveriam esquecer... Não temos onze “He-Mans” como imaginam, a força é conjunta, a força está no Supremo, no “Castelo de Grayskull constitucional”. Se cada um dos membros se sentirem com poder de gritar “Eu tenho a força!”, de per si , se digladiarem entre si EGOistamente, a força do “Castelo de Grayskull” será facilmente anulada, e o Esqueleto (a força do mal) passará a ter o poder...
Vou poupar-me de reproduzir a pequinesa do diálogo protagonizado pelos senhores Peluso e Barbosa divulgado amplamente pela imprensa oficial. Repleto de ataques pessoais, de argumentos ad-hominem, protagonizou-se mais um capítulo triste onde não se discutiu qualquer solução de objetivo institucional, tão apenas alardeou-se à sociedade, via imprensa (meio irrazoável), que o conflito não está apenas onde se faz legítimo e necessário, no plenário da Casa, mas perpassa para os aspectos da individualidade de seus membros, em alusões claras ao caráter e probidade de alguns, um inexorável perigo para a credibilidade de cada decisão institucional exarada, que passa a estar em cheque à partir dos relatos veiculados...
No mérito da “Suprema baixaria”, se fosse proferir meu voto, condenaria ambos e de forma exemplar... Peluso, ministro ultra-conservador de votos impopulares, muitas vezes distante do interesse da sociedade, mostra-se um positivista pouco preocupado com as realidades fáticas e extremamente parcimonioso com os membros do poder... Joaquim Barbosa percebo um membro de difícil trato, com recalques arraigados nas profundezas de sua alma por questões de cor (étnico-raciais), que jamais deveriam se fazer presentes em qualquer Casa, e haveria de ser inimaginável em nosso Tribunal Constitucional, mas devo destacar sobretudo, um ministro com retidão de caráter, que prima por decisões preocupadas com nossas realidades sociais que em grande parte se dissociam dos interesses dos membros de poder.
Acho que ao descrever minhas percepções das duas grandes proeminentes figuras, deixo clarividenciada minhas preferências. Porém, o acontecimento é um fato que não poderá passar como uma má brisa (até por em nada se assemelhar a uma brisa), mas nem como um sudoeste que virou o tempo e no dia seguinte se fez novamente ensolarado. A tempestade foi passada a imprensa e alcançou cada um de nós nos encharcando de dúvidas que necessitam ser dirimidas. No Congresso essas verdadeiras denúncias informais (via imprensa) fatalmente dariam azo à abertura de CPIs, que terminariam em algumas das mais badaladas pizzarias de Brasília. No Supremo esperamos um outro final, onde a transparência de cada membro colocada em cheque seja revelada, ainda que em tom opaco, tudo para o bem de nossa democracia e a mantença do respeito da sociedade por um dos poucos poderes/funções que contam com algum prestígio ético-moral perante a sociedade.
As acusações são sérias e não podem ser relevadas sob pena do descrédito de grande parte do que se construiu neste Tribunal “político” constitucional...
Em meu último texto destaquei ser eu um amasiados do poder das palavras. Infirmei que muitas vezes o silêncio como comunicação simbólica pode revelar-se uma bomba detonada. E agora acrescento aos senhores jurisconsultos que o silêncio tem seu momento ideal e por vezes passa a não ser a melhor solução... Em português claro, se fizeram cagadas, agora sentem em suas merdas para que o cheiro não se espalhe...

Sem mais.

3 comentários:

Anônimo disse...

Olá meu rapaz,

Não é do meu costume comentar nada na internet, mas por acaso caí nesse blog e não pude deixar de me manifestar. De grande qualidade são os seus textos, para poucos qualificados intelectualmente. Sei jeitão de escrever é bem diferente do que vejo, fala com seriedade quando tem que falar e ironiza quando cabe no tom correto. Meu parabéns pelo belo trabalho. Não vou me identificar por razões de cunho profissional, mas acompanharei suas criações.

Márcio Nunes disse...

Concordo com tudo. Onde assino? hehe
Muito bom seu blog!

Professor Meira Castro disse...

Muito bem formulados seus posts brincado com seriedade e muito conteúdo. Continue seu belíssimo trabalho. Trabalhos de excelência como o seu são raríssimos e devem ser fomentados!