Se formos analisar o preço da imoralidade em um país em que Vale Tudo está sempre sendo reprisado no Vale a Pena Ver de Novo, alcançando índices de aceitação dignos de grandes produções, chegaremos a conclusão que o imoral compensa em seu custo-benefício, e encontra uma base muito sólida que o legitima, nosso povo.
Pego-me por vezes pensando, se é tão só a ignorância no seu sentido lato, a causadora dessa inversão de valores. Quando jogo-me por minhas viagens de introspecção chego ao despautério de duvidar da eficácia de nossa democracia, ou melhor, pergunto-me a quem serve certos instrumentos democráticos que são nobres em sua essência e essenciais para construção de uma nação digna e soberana, mas que são utilizados de maneira a comprometer os próprios beneficiados numa espécie de autolesão programada pela história? Vamos analisar...
É fato, que temos um povo que foi historicamente despreparado para cidadania plena, e que a proteção à dignidade da pessoa humana, conduzida hoje a preceito constitucional, manter-se-á por muito tempo como norma programática, se olharmos o povo num contexto global. È fato também, que um dos cernes de uma democracia cidadã está no direito ao voto, voto direto, secreto e livre para todos, sem distinção de qualquer espécie, conquista essa, que só passamos a usufruir a pouco, mas que nos tem levado a uma espécie de autodestruição, já que parte de nós não foi preparada para ter o necessário discernimento de uma escolha.
Pensar em restringir o acesso de parte de nós ao direito de votar, seria um retrocesso imperdoável de uma conquista. Exigir cultura de um povo miserável, preparado para o despreparo, tão já não poderemos nem ao menos imaginar, já que é uma empreitada sem fim, já de início tardio. Seria de uma intolerância ditatorial retirar o direito de escolha conquistado de quem historicamente foi massacrado pela falta de oportunidades, pela falta de escolha.
Penso, porém, ser de viabilidade ainda democrática censurar a entrada e a manutenção de alguns, ‘na mamata do paraíso’. Votar todos poderiam por óbvio, mas para ser votado exigiríamos preparo. Seriam nossos pretensos representantes aferidos por provas de conhecimentos como um primeiro requisito para lançar sua candidatura. Após analisar-se-ia sua conduta, se ilibada ganharia direito de candidatar-se. Eleito pelo voto popular haveria uma profunda fiscalização não apenas de seus pares, experiência esta que não se basta em si mesma, como podemos asseverar pelos últimos episódios esculpidos em nossa história. Necessário seria uma real fiscalização, tendo como base a total transparência de cada ato público e de cada ato de sua vida privada no aspecto financeiro, já que estamos falando de homens públicos que lidam e vivem do erário público. Mas as providências não parariam por aí, haveria uma consulta popular de confirmação no meio de cada legislatura, ocasião em que os eleitores confirmariam ou não suas escolhas dando-lhes a oportunidade de caça aos traidores operantes e inoperantes.
È só uma semente de moralidade que jogo ao léu de forma embrutecida, não obstante a certeza de sua utopia, tendo em vista a falta de vontade política de se moralizar uma estrutura corrompida e legitimada por nós, onde quem ganha com isso é justamente aquele que legitimamente tem o poder de mudar...
Para findar, deixo algo a se pensar: nos morros temos que seguir o que manda o tráfico para nos mantermos incólumes, e sofrerão as conseqüências aqueles que desrespeitarem a lei do silêncio, qualquer semelhança desta obra com a realidade tratar-se-á de mera coincidência...
Pego-me por vezes pensando, se é tão só a ignorância no seu sentido lato, a causadora dessa inversão de valores. Quando jogo-me por minhas viagens de introspecção chego ao despautério de duvidar da eficácia de nossa democracia, ou melhor, pergunto-me a quem serve certos instrumentos democráticos que são nobres em sua essência e essenciais para construção de uma nação digna e soberana, mas que são utilizados de maneira a comprometer os próprios beneficiados numa espécie de autolesão programada pela história? Vamos analisar...
É fato, que temos um povo que foi historicamente despreparado para cidadania plena, e que a proteção à dignidade da pessoa humana, conduzida hoje a preceito constitucional, manter-se-á por muito tempo como norma programática, se olharmos o povo num contexto global. È fato também, que um dos cernes de uma democracia cidadã está no direito ao voto, voto direto, secreto e livre para todos, sem distinção de qualquer espécie, conquista essa, que só passamos a usufruir a pouco, mas que nos tem levado a uma espécie de autodestruição, já que parte de nós não foi preparada para ter o necessário discernimento de uma escolha.
Pensar em restringir o acesso de parte de nós ao direito de votar, seria um retrocesso imperdoável de uma conquista. Exigir cultura de um povo miserável, preparado para o despreparo, tão já não poderemos nem ao menos imaginar, já que é uma empreitada sem fim, já de início tardio. Seria de uma intolerância ditatorial retirar o direito de escolha conquistado de quem historicamente foi massacrado pela falta de oportunidades, pela falta de escolha.
Penso, porém, ser de viabilidade ainda democrática censurar a entrada e a manutenção de alguns, ‘na mamata do paraíso’. Votar todos poderiam por óbvio, mas para ser votado exigiríamos preparo. Seriam nossos pretensos representantes aferidos por provas de conhecimentos como um primeiro requisito para lançar sua candidatura. Após analisar-se-ia sua conduta, se ilibada ganharia direito de candidatar-se. Eleito pelo voto popular haveria uma profunda fiscalização não apenas de seus pares, experiência esta que não se basta em si mesma, como podemos asseverar pelos últimos episódios esculpidos em nossa história. Necessário seria uma real fiscalização, tendo como base a total transparência de cada ato público e de cada ato de sua vida privada no aspecto financeiro, já que estamos falando de homens públicos que lidam e vivem do erário público. Mas as providências não parariam por aí, haveria uma consulta popular de confirmação no meio de cada legislatura, ocasião em que os eleitores confirmariam ou não suas escolhas dando-lhes a oportunidade de caça aos traidores operantes e inoperantes.
È só uma semente de moralidade que jogo ao léu de forma embrutecida, não obstante a certeza de sua utopia, tendo em vista a falta de vontade política de se moralizar uma estrutura corrompida e legitimada por nós, onde quem ganha com isso é justamente aquele que legitimamente tem o poder de mudar...
Para findar, deixo algo a se pensar: nos morros temos que seguir o que manda o tráfico para nos mantermos incólumes, e sofrerão as conseqüências aqueles que desrespeitarem a lei do silêncio, qualquer semelhança desta obra com a realidade tratar-se-á de mera coincidência...
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