12 setembro, 2008

GUERRA FRIA? QUENTE...

Tomem, ainda que de forma perfunctória pé da situação:
Hugo Chávez convidou Vladimir Putin a instalar bases russas na Venezuela. O presidente da Venezuela encontrou-se com o primeiro-ministro russo, na terça-feira, em Moscovo. A proposta seria uma resposta ao controverso escudo anti-míssil que os Estados Unidos pretendem instalar na República Tcheca e em outros países da Europa Central. Para Moscovo, a Venezuela pode ser a alternativa conveniente à instalação de bombardeiros de longo alcance em Cuba, já em estudo pelas forças armadas russas... Chávez celebrou diversos acordos de cooperação energética, bem como contratos de aquisição de armamento russo para modernizar suas forças armadas. " Quero garantir a soberania da Venezuela, que vem sendo ameaçada pelos EUA".
Medvedev e Chávez assinaram quatro acordos envolvendo petrolíferas russas e a estatal venezuelana PDVSA. Os contratos permitem que a Rússia construa novos depósitos no país sul-americano e abre caminho para a realização de grandes projetos de infra-estrutura e engenharia. Chamando atenção para a importância com que o governo russo encara suas relações com esse parceiro anti-EUA, Medvedev disse que ele e Chávez supervisionariam pessoalmente vários projetos-chave.
A Rússia, segundo maior exportador de petróleo do mundo, e a Venezuela, membro da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), também acertaram cooperar nos mercados globais de combustível sem prejudicar os interesses dos consumidores, acrescentou Medvedev.
"A Rússia e a Venezuela são duas importantes potências petrolíferas e do gás natural. E garantir a distribuição mundial de combustíveis depende de nossas ações casadas", afirmou Medvedev depois de receber Chávez em uma residência oficial localizada nas cercanias de Moscou.
Em síntese tem-se uma resposta russa ao atual apoio por parte dos EUA à Geórgia. A Rússia não aceita a instalação dos mísseis na Europa e em contra partida, desta feita, tenta iniciar uma incursão a territórios de hegemonia estratégica norte-americana. Preocupante? Muito... A guerra fria, que havia acalentado-se com a decomposição de um de seus protagonistas, parece ressurgir sob o manto de um mar revolto... Não estou aqui a me referir aos testes armamentistas que se darão no espelho paradisíaco do Mar do Caribe pela liga comunista Russa/Venezuelana, mas a algo que transcende o mar caribenho, além mar... Conforme já havia salientado em posts de meses anteriores, um Brasil desarmado, com sua política externa recalcitrante e sob o muro pueril da neutralidade, ainda que dependurado para esquerda, quase uma Suiça militar, terá que posicionar-se perante a América Latrina e para o mundo, digo, perante a nova modelagem que se incorpora à guerra fria, de mesmos protagonistas, mas de diferentes colaboradores e tecnologias... A adulação de Lula ao socialismo bolivariano deixará em médio espaço temporal de ser um incômodo, para tornar-se uma escolha, surgirá então a questão da lateralidade que impinge-se às crianças que não se decidiram pela esquerda ou pela direita...
Agora pergunto aos esquerdiopatas se continuam a apoiar a entrada da Venezuela ao combalido bloco do Mercosul? Eu mesmo respondo, esquerdiopatia não tem cura...
A Venezuela que se dizia ameaçada pelos EUA em sua soberania sai do mundo das conjecturas fanfarrônicas chavistas e passa a ostentar a posição estratégica de ameaça a soberania da América Latrina... Aos descrentes é pagar para ver, e aos situados, bem, aos situados poupem seus dinheirinhos...

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