12 julho, 2009

SEU PASSADO TE CONDENA? JÁ SEI! VIVES DA POLÍTICA! ACERTEI?

A infindável lista de escândalos do Senado tupiniquim chegou às páginas da revista britânica "The Economist", uma das mais conceituadas do mundo, vejam só...
Com o sugestivo e preciso título de "Casa de Horrores", a publicação faz rememorar o escândalo dos atos secretos, a residência de R$ 4 milhões omitida pelo presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), da Justiça Eleitoral, os negócios de crédito consignado de seu neto José Adriano Sarney, dentro do Senado, além da farra das passagens aéreas e o castelo de R$ 5 milhões não declarado à Receita Federal pelo ex-diretor Agaciel Maia.
Com o irônico subtítulo:
"O que os parlamentares britânicos podem aprender com os senadores brasileiros", por conta de recentes escândalos na Inglaterra em que deputados foram pegos usando dinheiro público para pagar contas particulares, por aqui comezinha regra, a reportagem começa lembrando outros detalhes da vida no Senado com que os brasileiros já estão acostumados: 10 mil servidores para tomar conta de apenas 81 senadores, plano de saúde gratuito e vitalício para os parlamentares, auxílios-moradia generosos. "Um ex-servidor conta que seus colegas costumam dizer que o Senado era como uma mãe para eles. Outros o comparam a um clube", diz a revista.
A "The Economist", conta ainda, que senadores de todos os espectros políticos estão envolvidos, citando o caso de Arthur Virgílio (PSDB-AM), que teve uma conta de seu hotel em Paris paga por Agaciel Maia.
Sarney, na reportagem, é apontado como um "sobrevivente" e o prognóstico da revista é de que ele deverá manter a cadeira de presidente do Senado, lembrando a defesa do senador feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seu interesse em manter o PMDB como aliado.
"Em um período em que a economia apenas começa a ressurgir de uma recessão, a saga dos atos secretos lembra aos brasileiros que seus políticos nunca impõem austeridade a eles mesmos. Também por relembrar os defeitos de alguns aliados de Lula e sua disposição para fechar os olhos a escândalos quando isso lhe serve", finaliza a "The Economist". Que moral heim!
Fácil perceber que o Brasil vem servindo de paradígma para o mundon ão apenas no futebol, motivo certamente de muito orgulho para o povo Brasileiro. Quando querem agraciar a instituição de uma país como corrupta, desviada de suas finalidades, o Brasil é prontamente lembrado até mesmo pelos países de 1º mundo! As semanais viagens de Lula pelo globo terrestre com sua imensa comitiva bancada por nós, tem indubitavelmente servido para alguma coisa, lembrar à todos do futebol brasileiro, de Kaka... Fiquemos nós financiando ($$$) o moribundo Vice, que vivencia os "tumores deste país" pela TV de Plasma do mais caro hospital do país (Sírio Libanês), enquanto Lula distribui sorrisos e camisas da seleção pelo mundo...
E vejam só a tentativa Michael Jackson de tornar a coisa preta branca... A anti-homofobia está para ser usada para desviar o foco da corrupção no Senado. O presidente do Senado, José Sarney, se envolveu em tantos escândalos, que a pressão para que ele se licencie cresce, afinal seu ganho ($$$) permanecerá e o tempo bem maquiado de forma cirúrgica faz a memória falhar...
Alguns poucos Senadores, que quase que "irresponsavelmente" fazem ventilar a voz da probidade ainda falam em renúncia, e para evitar tal fim drástico, que acaba por respingar, vide passado recente, Sarney precisaria arranjar rapidamente uma saída. É aí que entra a "boa" maquinação política, que é de interesse de todos os Senadores e particularmente de 1 Silva deste país, habitantes do mesmo pau de galinheiro...
Conforme informação que recebi, o presidente da Câmara, Michel Temer, aconselhou Sarney, que passa por um verdadeiro bombardeio de credibilidade após as denúncias de ter empregado pelo menos meia dúzia de parentes e aliados por meio de atos secretos, conforme salientei, a colocar em votação no plenário projetos importantes, que causem polêmicas e discussões, e que possam mudar o foco do noticiário.
Qual é o atual "principal" projeto, que pode provocar uma eficiente distração da mídia para amenizar as pressões sobre Sarney? O PLC 122/06...
O PLC 122/06, que tramita no Senado, torna crime hediondo a discriminação por orientação sexual e identidade de gênero. Nesta discussão, que esperam bem acalorada, colocará o sempre atual, porém já "caduco", embate entre igreja e liberdade sexual, tema não restam dúvidas capaz de desfocar o desinteressante, rotineiro e monótono embate entre a moralidade e a "profissão de político"... Enquanto o povo se preocupa com seu futuro, os políticos arrancam seus cabelos por seus passados para que seus presentes não sejam de grego, para que em seus futuros possam cometer os mesmos erros de seus passados... Confuso? É meus caros, é assim a vida de um político...
ADENDO: Escrever sobre o Senado, mais particularmente sobre Sarney, seu Presidente, é terminar o post já desatualizado... Após suspeita de que a fundação que recebe seu nome teria desviado dinheiro da estatal destinado à recuperação de um acervo histórico, Sarney disse que não "participa" e nem tem "responsabilidade" sobre a entidade, que funciona em um prédio histórico de São Luís.
O livro é um catálogo de 2008 que apresenta justamente o trabalho de restauração do acervo do museu da Fundação José Sarney feito com dinheiro da estatal.
O projeto recebeu R$ 1,34 milhão da Petrobras do final de 2005 até setembro do ano passado. Na semana passada, o jornal "O Estado de S. Paulo" publicou reportagem dizendo que houve desvio de parte da verba por meio de empresas contratadas.
A verba de R$ 1,34 milhão foi abatida pela Petrobras totalmente de seu imposto de renda, como prevê a Lei Rouanet de incentivos a projetos culturais.
O resumo da ópera é de que Sarney ao contrário do que disse com veemência é Presidente vitalício da fundação e responde administrativamente... Mais um crime à ser apurado e esquecido pelo tempo e mais uma mentira caracterizadora de falta de decoro à ser perdoada pela omissão e a comunhão de interesses...
A outra notícia que estampa os jornais seria sua conta bancária no exterior que em 99 tinha um saldo de US$ 870.564 da qual ele nega com toda força. Crime, falta de decoro... Cansei!
Boa notícia! Após um primeiro semestre histórico do Senado Federal, os senadores começarão a trabalhar. Sairão de férias nesta sexta-feira, afinal precisam movimentar suas contas laranjas no exterior com o dinheiro público... Confuso isso, não?

Nenhum comentário: