08 julho, 2012

ELEIÇÕES MEXICANAS E A ESQUERDA INCONSOLÁVEL E APELATIVA...


As eleições gerais no México alcançaram seus números finais com a vitória da direita. O presidente eleito foi Enrique Peña Nieto, do Partido Revolucionário Institucional (PRI), que obteve 38,15% dos votos. Como no país não há segundo turno, essa porcentagem foi suficiente para declarar-lhe eleito. Na segunda colocação ficou Andrés Manuel López Obrador, candidato da esquerda, pertencente à coalizão Movimento Progressista, com 31,64% dos votos. Na terceira colocação Josefina Vázquez Mota, do Partido Ação Nacional (PAN), com 25,4% dos votos, e na quarta colocação, Gabriel Quadri, do partido Nova Aliança (PANAL), com 2,3%.
Além da eleição presidencial foi realizada a eleição parlamentar, para a Câmara de Deputados e para o Senado. No parlamento, o PRI, do presidente eleito Peña Nieto não alcançou maioria absoluta nem na Câmara baixa nem na Câmara alta. Na Câmara de Deputados, o PRI conseguiu cerca de 230 dos 500 assentos, já o Movimento Progressista conseguiu cerca de 140 assentos e o PAN conseguiu cerca de 120 assentos. No Senado, de um total de 128 assentos, o PRI conseguiu cerca de 58 assentos, o PAN, 40 assentos, e o Movimento Progressista, 29 assentos.
A vitória de Peña Nieto acabou sendo com uma porcentagem relativamente baixa de votos. Desssa forma, a soma de votos dos outros candidatos foi bem superior à quantidade de votos que obteve. Outro ponto a ser destacado é o desempenho de seu principal oponente, López Obrador, ficando a somente 6,5% de Peña Nieto, porcentagem bem inferior às previstas nas pesquisas. Some-se a isso, o fato do PRI não haver conseguido maioria parlamentar absoluta. Não se peca pela imprecisão ao se afirmar que a vitória da direita no México representa um desafio que se apresenta, tendo em vista a maioria dos eleitores não terem votado no presidente eleito, mais precisamente 61,85 dos eleitores mexicanos.
O México é um dos integrantes do G-20, sendo uma das maiores e economias e populações do mundo. Vive um processo de amadurecimento democrático, inclusive no aspecto eleitoral, que em 2006 revelou sua fragilidade e mostrou-se qualitativamente pouco confiável, tendo passado inclusive pelo fracasso de um processo de recontagem de votos...
A vitória da direita, ainda que por pequena margem de votos, promove inelutáveis repercussões na América Latina, precipuamente no espectro integração ao MERCOSUL e a Unasul. Sabidamente, a América Latina tornou a “casa do inferno deste mundo de meu Deus”. A direita por aqui é sabotada e excluída por uma ditadura por ideologia de uma patológica esquerdiopatia, que tende a carregar o continente para o atraso próprio do retrógrado regime sepultado pelo mundo e revivido por aqui...
Quero dizer que a vitória da direita no México o afastará ainda mais dos ideológicos MERCOSUL e Unasul, o que pode provocar ou dar sequencia ao isolamento mexicano do continente, economicamente nada atraente, ideologicamente algo extremamente interessante, já que conforme se sustenta Dizei-me com quem andas e eu te direi quem és ou quem anda com porcos farelo come...
Quanto às eleições de 2012 a esquerda derrotada não perde sua mania de tumultuar e alegar prejuízos de origens fraudulentas. Suas vitórias, no entanto, são sempre honestas, por mais despidas de transparência que possam se apresentar... Fato, que o sistema eleitoral mexicano mereceria um processo mais moderno de apuração e de escolha. Em um país que não adota o bipartidarismo, mas o pluripartidarismo, principalmente para eleições do porte que são as presidenciais, dever-se-ia adotar o 2º turno para melhor definirem-se os aspectos ideológicos que formarão a situação e a oposição.
Salienta-se, que no caso dessas eleições mexicanas um 2º turno não alteraria o resultado, tendo em vista que a 3ª colocada não apoiaria o candidato da esquerda, pois de tendências conservadoras... Na realidade o chororô da esquerda derrotada traz muito das tumultuadas eleições de 2006, embora saibamos tratar-se de algo patológico das esquerdas não aceitarem as derrotas com certa dignidade...
Lamentavelmente repete-se a estória recente paraguaia e o procedimento democrático volta a ser colocado novamente em cheque pela esquerda derrotada na América Latina. É lamentável não se respeitar as soberanias das decisões democráticas como se tem feito por aqui...
Sem mais.

2 comentários:

Karina disse...

Muito triste a realidade da A. Latina que passa por um retrocesso ideológico como vc muito bem disse. Digno de elogios seu blog e suas abordagens, parabéns!

Andressa disse...

Enfim alguém que começa um assunto e se aprofunda nele. Parabéns!!!

É muito chato abrir blogs e ver que todos escrevem a mesma coisa, sem se aprofundar nos assuntos. Acompanharei com gosto o que você escrever. Vou mandar meu e-mail, se você puder passar p mim...
:)

Prazer!