11 julho, 2012

A CASSAÇÃO DE DEMÓSTENES TORRES. COMEMORANDO O QUÊ? CARA PÁLIDA...

Cassado Senador Demóstenes. E?
É, realmente não há muito a se reverberar, a cassação era “pule de dez”... Publicamente desmoralizado com base em fartas fontes probatórias despediu-se uma andorinha, mas como uma andorinha não faz verão...
Interessante informar que sai uma andorinha e provavelmente entrará outra de piado semelhante. Assumirá o suplente Wilder Pedro de Moraes, ex-marido da mulher de Cachoeira... Não seria demais dizer que está tudo em casa? Deverá retornar ao cargo de procurador do estado de Goiás... Pergunto: Para esse cargo concursado moralidade pública não se exige?
Essa andorinha que restou “massacrada” em plenário e que tentou piar alto pela última vez, mas que pelo seu desgaste não logrou produzir eco muito além de dezenove mais cinco pares. Dezenove mais cinco pares protegidos pelo famigerado voto secreto do qual já discorri longamente algumas postagens abaixo enaltecendo seu caráter antidemocrático e da mais profunda opacidade republicana.
Uma das perguntas que nesse momento está a persuadir-me e encabular-me consiste em saber qual seria o fundamento dessas dezenove mais cinco andorinhas que inocentariam Demóstenes da cassação. Laços de amizade? Serem feitos da mesma substância? Terem seus “rabos”unidos pelo mesmo nó?
Certo, que nesse episódio a imprensa cumpriu seu fundamental papel de jogar “necessidades fisiológicas” no ventilador. E foi implacável! Tão implacável, que nem mesmo o voto secreto foi capaz de vencer a imoralidade que se respirava a cada voto desferido naquele plenário. Pela contagem percebemos que a grande maioria acredita piamente na máxima de que ladrão que rouba ladrão tem cem anos de prisão, ops, perdão, como que em respeito à lógica de que trair traidor não é traição, é sobrevivência (em uma adaptação)...
Na situação moral que o ex-senador esteve não peco pelo exagero se afirmar que a maior parte dos que votaram pela “ética no Senado” (expressão um tanto excludente, devo confessar) se encontra em situação de isonomia com seu par cassado. A diferença? Parte ainda não foi desvendada e parte falta divulgação, até porque não se pode exigir da imprensa o que só a Deus é dado o poder (em homenagem as “carolas” de plantão), o dom da onipresença, o que não seria suficiente, pois sabemos que a justiça exige pedido de autorização para se gravar imoralidades, para que essas sejam divulgadas com valor probante...
Acho melhor abster-me nesse momento da discussão que encontro-me impelido a adentrar, mas ainda assim lançarei a sementinha da discórdia... Até onde uma figura pública paga com o erário público possui legitimidade para arguir que sua intimidade foi violada e que uma eventual escuta, por não autorizada pela justiça, revelar-se-ia prova ilícita, e, portanto, imprestável a um eventual processo? A justiça, com base em nossa legislação vigente, ainda protege e muito essas figuras notórias de nossa política, para mim um dos grandes empecilhos no combates à corrupção, aos desvios do erário e a maioria dos crimes contra a Administração Pública.  Provável nesse momento alguém que esteja lendo esse parágrafo e raciocinando: O que o “cara” pretende? A criação um “Estado policial”? Dar azo há “denuncismos”? Bom, minha vida é um livro aberto, embora não tenha acesso a dinheiro público para ser fiscalizado, meu travesseiro é meu companheiro... E você? Pode dizer o mesmo?
Sem mais.

3 comentários:

Anônimo disse...

Cara, muito bom seu blog! Gostei da sua forma de ver as coisas.

Voltarei mais vezes!

Italo Valerio disse...

Conforme indicado via TT, li seu artigo. Partilho de sua indignação.
Para parceber a complexidade do poder no Brasil sempre sugiro levar a lente para uma história que passou 500 anos.
Algumas pessoas centram em minúsculos episódios da história pra tirar sua opinião. Será que todos montam em seu raciocínio como fomos colonizados?, quantos golpes sofremos desde lá?, quantos morreram tentando um Brasil melhor?.
Estou querendo dizer que o povo venceu o medo, venceu a farsa, mas falta muito pra vencer a corrupção justamente porque no dia de votar ainda se elegem "peças" do antigo jogo dos antigos coronéis, cujas enormes terras foram obtidas a bala. Há uma confusão na cabeça dos internautas que tem dificuldade de perceber quem é quem no jogo - mídia não ajuda, golpistas conseguem fácilmente aliciar desinformados que multiplicam farsas e a verdade fica embaçada.
Fundamentação:
> http://www.istoe.com.br/reportagens/215579_GRUPO+DE+CACHOEIRA+SABIA+DE+OPERACAO+DA+PF+AFIRMA+JUIZ?pathImagens=&path=&actualArea=internalPage

> http://ptesoterico.wordpress.com/2010/01/01/os-governantes-secretos-do-brasil/

Marcelo Dalcom disse...

Ficou tudo em casa mesmo amigo. Aliás, não esqueçamos que os que o caçaram em plenário estão tão sujos ou mais que o senador em questão.