Quem diria que um
dia isso poderia não soar como uma pilhéria, uma divertida pabulagem de enganosidade
zero até aos menos matreiros... Esse dia chegou! Com um prejuízo
escorchante no segundo trimestre desse ano a PeTrobras bambeias das próprias pernas
em um modelo retrógrado de gestão Estatal.
A PeTrobrás, a maior empresa
desse país, vem pouco a pouco perdendo competitividade no mercado
internacional, mesmo possuindo quase 90% da produção nacional (um oficioso
monopólio) não consegue mais manter-se superavitária como outrora. Enquanto as
superavitárias Exxon (+U$$ 15,9 bilhões), Chevron (+U$$ 7,9 bilhões) e Shell (+USS
5,7 bilhões); a agora deficitária PeTrobras (-U$$ 1, 346 bilhões)...
Nada além de uma tragédia
anunciada. Nossas estatais tornaram-se cabides de emprego dos “companheiros”
não eleitos do Partido dos Trabalhadores e aliados. Os cargos de gestão, antes
ocupados por experts empreendedores
do ramo, a muito restaram politizados, partidarizados, objetos para serem escambiados
politicamente, e, por conseguinte, mal geridos. As estatais, precipuamente as
Sociedades de Economia Mista, transmudaram seus focos de atuação, claramente deixando
a saúde econômico-financeira destas em um patamar de subordinação aos objetivos
político-partidários do Governo Federal.
Os resultados negativos haviam de
chegar, e estes repercutirão inclusive na distribuição de dividendos para os
possuidores de ações ordinárias da PeTrobras. Faço lembrar, que entre os
possuidores de ações ordinárias está o Governo Federal, que possui 50% da
companhia, com nosso dinheiro público...
A finalidade eleitoreira pela
qual vem se priorizando a gestão da PeTrobrás apercebe-se quando o governo opta
pelo vetusto tabelamento dos preços da gasolina e do diesel às vésperas das
eleições. A PeTrobras está impedida até segunda ordem de repassar os custos
internacionais para as bombas de combustível. Os recentes aumentos ofertados
via CIDE, quando o prejuízo revelava-se manifesto, foram insuficientes, já que
os preços aqui praticados continuam defasados em 20% e 18%, respectivamente,
quando comparados aos praticados no resto do globo... Com preços considerados
baixos o consumo cresce e a PeTrobrás se vê impelida a importar combustível sob
o gasto de bilhões de dólares... Aliás, não eramos autossuficientes na produção de petróleo? Falácia.
Algum desavisado poderia sustentar
a validade do tabelamento já que o intuito seria quase “altruísta” de conter
a inflação. Enganar-se-ia. Cada 5% de
aumento nos combustíveis repercutem tão somente 0,2% de aumento no IPCA. Resta
consabido, que o fator que tem gerado inflação é notadamente o chamado “crédito
fácil” a juro acachapante, facilmente observável com a explosão dos índices de
inadimplência, o que fatalmente acarretará ainda maior encarecimento do
dinheiro em um processo de crescente bola de neve em pleno país tropical...
Como não lembrar ainda a literal "plataforma" de campanha que se tornou a PeTrobras na questão do pré-sal? O risco quase suicida da tentar prospectar petróleo de menor qualidade nas camadas de pré-sal, com altíssimos riscos de vazamentos, para alcançar poços secos ou não comerciais, que além do marketing político enganoso vem produzindo prejuízos que chegou ao record de R$ 2,7 bilhões só no último trimestre. Com a PeTrobras ocorre o que se percebe generalizado desde 2003, privatizam-se ganhos e socializam-se perdas. Aos mais bem humorados, por certo, um gestão tragicômica... Mas não se "apoquentem", não tardará "descobrir-se-á" alguma enorme jazida eleitoral...
Os problemas do país de má gestão
dos recursos públicos, como se percebe, vão muito além do populismo
assistencialista que se pratica, dá desqualificada gestão de nossas estatais e
da completa ausência de ética no trato da coisa pública. Nossos problemas
encontram zona de conforto neste “paiz”, ainda, pois não construiu qualquer
alicerce de infraestrutura para qualquer tamanho de crescimento. Se nosso
agronegócio prospera nos campos com safras que poderiam espanar qualquer crise
interna, corroborada com a seca que vive a agricultura norte-americana, não nos
capacitamos para capitalizar com estas oportunidades. E por quê? Não fomos
preparados para crescer...
Somos como gigantes abestalhados,
grandes em dimensões e pequenos em percepções ou vontade política, como
preferirem... A única verdade indefenestrável que une estes e outros males é a
eleição de nossas prioridades, que nunca as de interesse público, sempre
amesquinhadas no privatista interesse político-partidário dominante. Nossas
políticas movem-se, ditam-se, por períodos pós e pré-eleições, onde sempre os
interesses do Estado cedem inexoravelmente aos interesses de governo, por mais
privatistas e em desacordo com a moralidade pública que se façam revelar...
Lamentavelmente este continental
país é povoado por uma esmagada minoria de 36% que logrou êxito de ir além do
analfabetismo funcional. Quando nos deparamos com governos de ideologia
populista, que se utilizam da máquina estatal como princípio orientador de
conquistas, a maioria intelectualmente desnutrida torna-se presa fácil e seguindo
o princípio democrático tornam-se capazes de se impor por este regime quase que
esquizofrênico de dominação. Portanto, democraticamente, paguemos por nossas
mais profundas ignorâncias...
Sem mais.
3 comentários:
Esse é o modelo PTralha de gestão. Tudo para os cumpanhêro, e para o povo a conta (cada vez mais salgada). Lula mandou Gabrielli desviar R$ 12 bilhões para cobrir fundo Petros, com rombo nesse valor sob o presidente do conselho cumpanhêro Jacó Bittar. Em seguida, desviaram mais de R$ 2 bilhões para cobrir novo rombo no fundo. E Duda Mendonça recebeu mais de R$ 300 milhões em "contas de publicidade" em agradecimento quando calou na CPI sobre Lulla no mensalão.
Caracterizar o que é o PT-governo me dá náuseas. Gostaria apenas de parabenizá-lo pela qualidade de suas crônicas, que demonstram não apenas uma incrível facilidade com as palavras, mas sobretudo um conteúdo invejável que vai muito além do que se vê na grande imprensa.
Obrigada pela oportunidade!!
Esse é o resultado de uma gigantesca república de analfabetos políticos, que é a classe de analfabetos mais perigosa, com resultados expressivos como vemos há 10 anos. Transformaram um país que tinha todas as condições de "decolar" numa republiqueta onde tudo se pode com dinheiro desviado e roubado. O país paga para ser roubado, e continuar a ser essa imensa bagunça sem o menor respeito por si mesmo. Tudo graças a essa classe de analfabetos políticos formados por um golpe assistencial chamado de política das bolsas, onde se compram os votos dos miseráveis e disso se valem para as maiores barbáries que nossa história já viveu. Mantendo uma tradição de Thomé de Souza onde pouquíssimas vezes o país foi administrado de forma legitima.
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