Iniciamos com as palavras de
Barão de Rio Branco que lecionava: “O nosso Brasil do futuro há de continuar
invariavelmente a confiar acima de tudo na força do Direito e do bom senso”.
Com toda sua sabedoria acima da
média e conhecimento das mazelas humanas, Rio Branco já falava em democracia
sem a necessidade de sua dicção, de sua literalidade. Essa destacada personalidade
de nossa estória, que viveu nos idos da proclamação da República (século XIX),
já previa como ideário necessário para o país a criação de um Estado
Democrático de Direito. Hoje, em pleno século XXI, o Brasil parece não ter
aprendido ainda a lição do Barão, ao escolher ser governado por quem não
respeita nem o Direito nem muito menos a democracia implantadas em nossa
Constituição.
Em um conluiado golpe sujo
suspendeu-se o Paraguaia do MERCOSUL apenas porque procurava
constitucionalmente restabelecer seu Estado Democrático de Direito.
Maquiavelicamente rasgou-se ao mesmo tempo o Tratado de Assunção (criador do
MERCOSUL), o Protocolo de Ouro Preto e o Pacto de Viena...
Reza o art. 32 do Protocolo de
Ouro Preto: “As decisões de órgãos do MERCOSUL serão tomadas por consenso e com
a presença de todos os Estados-partes”. Já o Tratado de Assunção, em seu art. 20,
prevê que qualquer adesão de novo membro será objeto de decisão unânime dos
Estados-partes. Por último, a Convenção de Viena, do qual o Brasil é signatário,
estatui em seu art.26: “Todo tratado em vigor obriga as partes e deve ser
executado por elas de boa-fé”...
O parlamento Paraguaio mostrava-se
um grande e único empecilho para a incorporação da ditadura Chavista aos
quadros do MERCOSUL. O parlamento paraguaio é composto de uma ampla maioria de
parlamentares defensores de um Estado Democrático de Direito, e por esse motivo,
negava-se a aprovar a incorporação da Venezuela como membro do bloco, seguindo,
inclusive, a exegese do tratado, que só admite a existência de governos democráticos...
Com o constitucional impeachment de Lugo pelo parlamento,
Brasil, Argentina e Uruguai (Dilma, Kirchner e Mujica) não reconheceram legítimo
o novo governo, suspendeu o Paraguai do Bloco sem qualquer defesa e
imediatamente anunciou o ingresso da ditadura venezuelana, ignorando
solenemente a necessária aprovação paraguaia e incorporando uma ditadura ao
bloco. Uma ilegalidade, de fundamento ideológico, violadora do Protocolo do
Ouro Preto, do Tratado de Assunção e da Convenção de Viena, conforme
demonstrado.
Nessa oportunidade o MERCOSUL
reafirmou-se não como um bloco com Estados-partes, mas composto de
governos-partes. Mostra-se um bloco nitidamente político-ideológico desimportado
com seu sucesso econômico, mas notadamente importado com a demonstração de
tratar-se de um bloco precipuamente “esquerdiopata” e não democrático... Com a
incorporação venezuelana, o bloco abdica de promover qualquer acordo comercial
com o EUA, pois as decisões são tomadas por unanimidade e a Venezuela passa a
ter direito de voto. Dificilmente países democráticos da Europa irão negociar
com um bloco ideológico, que de uma hora para outra poderá negar-se a cumprir
seus contratos... A Venezuela de Chávez até então isolada em sua forma
estatizante, autoritária e provinciana de governar sai parcialmente do isolamento,
ao passo que o MERCOSUL isola-se do restante do mundo e enterra-se em sua auto-mediocridade...
Temos visto o Foro de São Paulo
deixando a ideologia meramente teórica e ganhando praticidade com toda sua excrescência
retrógrada/decadente idealizada pelo PT ao lado dos nauseabundos líderes
ditadores da esquerda da América Latina...
2 comentários:
Parabéns pelos comentários corajosos e sistemáticos contra a ditadura de esquerda em implantação no Brasil.
Deus te abençoe,
Jair
Blog Paracleto
Sarmento,
Mais uma vez nada a acrescentar e renovo osmeus parabéns!
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