Esperanças de que, cara pálida?!
Em verdade, intelectualidade, em regra, nos protege do autoengano; caráter, não
nos é ensinado nos livros... Ouso dizer, que os caráteres que em verdade podem
se estruturar reais inimigos de uma nação são exatamente os intelectualmente providos,
e os motivos são para lá de óbvios, razão pela qual dispenso digressões...
Asseclas de um corporativismo
intelectual negociam com a ignorância social a partir de seus bisonhos
fundamentos trazidos a sociedade, desmerecem parcela da estratificada sociedade
no mais profundo escárnio as suas percepções cognitivas acreditando fielmente
pertencerem a uma casta verticalmente superior. A ética só se faz aferível aos
que são oportunizados oportunidades. Aos excluídos, a ética é um dever de
sobrevivência que não perdoa deslizes. Sabemos que em regra, as oportunidades
surgem exatamente aos pertencentes a estas “Castas superiores”...
Luís Carlos Barreto, Oscar
Niemeyer, Alceu Valença, Bresser Pereira, Emir Sader, Eric Nepomuceno, Hildegard
Angel, Jorge Mautner, José de Abreu, Paulo Betti, entre outros mais de 250
nomes, colocam-se frontalmente contrários aos anseios da sociedade por uma
justiça sem privilégios de castas. Assinam um manifesto, que será dirigido ao
Supremo Tribunal Federal no sentido de que José Dirceu não reste vitimado por
um “pré-julgamento”. Alega o mentor da manifestação, o produtor de cinema e amigo
de Dirceu estar havendo um espetáculo de caça as bruxas e exaltação ao estado
de exceção... Por laços de amizade ou questões de índole político-ideológicas
mostram-se verdadeiros fundamentalistas na esteira dos ensinamentos de
Maquiavel. Mostram-se grandes conhecedores de cinema, arquitetura,
interpretação televisiva e teatral (...), mas profundos desconhecedores de justiça
e do ordenamento que nos regem. Estado de exceção, caríssimo? Que tal continuares
na esteira de tuas produções cinematográficas e nos poupar de comentários
parciais de assuntos que desconheces com profundidade?
Estes petistas de carteirinha, mas sobretudo cidadãos brasileiros, ilustres
por suas obras no âmbito de seus ofícios laborais, revelam-se expressamente neste episódico
fato, frontais inimigos declarados de uma sociedade de cunho igualitário, na
defesa de privilégio dos que lhe são mais caros. Interessante, que muitos
destes, embora ostentem uma vida baseada nas “luxúrias e magnificências” de um
capitalismo que desiguala, dizem-se ideologicamente partidários do comunismo,
no mais profundo paradoxo de raiz cínica e hipócrita.
Uma nação em muito se empobrece
quando seus “intelectuais”, de araque ou não, caminham em sentido contrário ao que se espera a boa
moral, a eticidade. Quando ao contrário, lutam pela impunidade de violadores da
ética e da ordem jurídica, em favor dos participantes do maior escândalo político
descoberto neste país avesso ao interesse público, levando-se em conta razões meramente de interesse privatista pautada na estrita pessoalidade, forma-se uma sociedade tendente a acefalia intelectual sujeita as manobras do poder constituído, que ao invés de fiscalizado por seus desvios, acaba fortalecido em suas mazelas.
Certo, é verdade, que estas poucas centenas de assinaturas são mais representativas pelo absurdo indefensável que pleiteiam,
que propriamente adutora de alguma efetividade prática. Em primeiro, porque os
ministros já possuem as razões de seus convencimentos formatadas e hábeis para
voto. Em segundo, que estas assinaturas representam uma minoria de nossa
intelectualidade, e, diga-se de passagem, alguns deles, notáveis em seus
ofícios, mas nem por isso intelectuais em seu sentido semântico mais estrito. Estes
cidadãos “intelectuais” seguem a política praticada pela atual gestão federal,
que procura blindar quem de alguma forma se compromete com a "causa maior".
Exemplifica bem este estado de
insurgência imoral de combate para mantença da impunidade o que se aduz neste
instante: O ex-ministro do Supremo, Sepúlveda Pertence, renunciou a Presidência
da Comissão de Ética e a sua posição de membro, exatamente por não ver
reconduzidos por Dilma dois conselheiros que votaram contrariamente aos
interesses do Partido dos Trabalhadores. A conselheira Marilia Muricy pediu a
exoneração do ex-ministro do trabalho Carlos Lupi (aliado do governo), em
dezembro do ano passado, por envolvimento fraudulento com ONGs, a partir de
fato provado; já o conselheiro Fábio Coutinho teria proposto uma advertência ao
Ministro do Desenvolvimento Fernando Pimentel, devido às consultorias que teria
feito entre 2009/10, rendendo a irrazoável monta de 2 milhões de reais aos seus
cofres pessoais. Segundo Sepúlveda, tratava-se de conselheiros que cumpriam
seus papéis com exemplaridade, competência e retidão, o que fatalmente gerou
incompatibilidades com a gestão PT.
Entendo que este exemplo
atualíssimo trazido à baila bem ilustra a mensagem da presente postagem e o modus operandi do atual sistema de poder
e dos que a ele se filiam, intelectuais ou não.
Sem mais.
Um comentário:
Creio que apenas os "intelequituais" assinaram esse manifesto, pois os de verdade não se prestariam a essa baixaria.
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