Cada sujeito de “per si” é parte de uma sociedade e por
condição natural de existência produz duas espécies distintas de pensamentos, o
pensamento individual e o pensamento coletivo (social), esta é a regra.
O pensamento individual é o de sentido mais egoístico,
voltado superlativamente para as suas necessidades humanas sem se notabilizar
qualquer preocupação que se dignifique quantificar com o social. Já o
pensamento social faz preponderar às consequências, as repercussões possíveis
de qualquer ato praticado tendo como foco tanto o campo individual como o coletivo,
onde o sentido de sociedade se soma as ideias de responsabilidade,
respeitabilidade e harmonia convivencial.
O Brasil é hoje um país sem qualquer identidade. Vivemos uma
democracia rasurada e camuflada admiradora das antidemocracias, vivemos uma
democracia por imposição constitucional a partir de uma anterior conjuntural
global e não exatamente por escolha. Somos cada um de nós parte de um projeto
que nem o pensamento individual nem o coletivo tem capacidade para minimamente
discernir escolhas. Aliás, escolhemos pelo método das semelhanças e não a
partir de um conceito que não logramos êxito em formular. Sob a forma humana
comportamo-nos como gados arrebanhados e conduzidos preparados para ruminar e
não para pensar.
O país vive um período de inequívoco retrocesso conceitual.
Vive em meio a antagonismos que nos põe concomitantemente continentais e
provincianos. Dir-se-ia que, naturalmente continentais e estruturalmente e
politicamente provincianos. Preparados para crescer a partir de um modelo de Estado
gerencial, mínimo, menos interventor, que privilegia a eficiência em lugar do
assoberbamento ineficiente de um Estado mal prestador parece estarmos em um
processo de regressão. Paulatinamente estamos retornando ao modelo retrógrado
para ostentarmos uma máquina pública inchada e aparelhada com as razões
políticas prevalecendo sobre as razões de interesse nacional. Os órgãos de
controle criados pelo Estado gerencial para serem técnico-resolutivos
revelam-se cabides de dominação política para controlar o não vazamento das
imoralidades e facilitar as práticas inadmitidas pelo art. 37 da CRFB.
No âmbito internacional é que a política do retrocesso
parece revelar-se mais desaforada. Enquanto os países que trabalham voltados
para o interesse nacional procuram se unir individualmente ou através de blocos
para um crescimento mutuo e cooperativo, vide EUA e União Europeia, o Brasil se
esconde do mundo desenvolvido voltado exclusivamente a um interesse ideológico-político
dos mais vetustos e “démodés” possíveis de imaginar. Arraigado ideologicamente
por um governo que sonha com uma América Latina esquerdopata, populista-ditatorial,
sonho nada remoto, vale dizer, abdica inconsequentemente do desenvolvimento
para se enterrar com as províncias vizinhas nos termos dos encontros do “Foro
de São Paulo”.
Jurídica e faticamente um bloco fadado ao insucesso. O
Brasil associado a países basicamente monocultores que mais necessitam de nós
que nós deles. Um bloco onde não se respeita nem o tratado que os formou,
quando suspendeu o Paraguai que buscava sua democracia com o apoio popular para
incorporar a ditadora Venezuela ainda não incorporada pela ausência de
aprovação do Senado paraguaio. Com a suspensão do Paraguai, quase que
concomitantemente se aceitou a Venezuela ignorando por completo o Tratado de
Assumpção que para um ato como esse exige unanimidade (cláusula de
unanimidade). Nesse instante incorpora-se ditatorialmente, de forma ilegal mais
uma província ditatorial com poder de voto e veto para a realização de tratados
com o “mundo imperialista”.
Já a sociedade embebecida pelo chá da ignorância é capaz de
bater tambor se assim seu cacique mandar, mas a notável habilidade com a
percussão revela-se em profunda antinomia com os demais sentidos humanos atrofiados.
Aliás, infeliz comparação, pois para índio precisamos evoluir para além da ruminação.
Ruminação que se tem ouvido contra a democracia defendida
por uma blogueira em favor de um regime sonhado pelo governo brasileiro.
Cidadãos bovídeos pautados nos ensinamentos próprios que o analfabetismo
funcional os propiciou, impelidos por agentes do governo brasileiro sob expressas
ordens, em conluio com o governo cubano, utilizaram da democracia para
protestar em favor da ditadura. Paradoxal? Não diria, já que os serem
ruminantes definitivamente não sabem o que fazem. Como diria Jesus naquele
fatídico momento: Pai perdoa-lhes, pois não sabem o que fazem... Neste momento
não há que se falar em pensamento individual ou social, melhor o campo da
irracionalidade.
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