21 abril, 2008

Dá para confiar?

Chegando para uma visita oficial de três dias a Gana, no oeste africano, Lula da Silva voltou a defender os biocombustíveis atacando países ricos, em especial os EUA.

"Na política de biocombustíveis, só tem um equívoco, que é a decisão americana de produzir álcool do milho", afirmou Lula, ao lado de John Kufuor, presidente ganense.

"Não aceitamos que outra vez os países mais pobres paguem a conta. Dizer que os biocombustíveis causaram o aumento do preço do alimento é perguntar: onde se produz biodiesel?", questionou, insinuando uma possível razão política dos países ricos no ataque.

Estará nosso astuto Presidente participando da reunião da Unctad, a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento onde o arquétipo do Demo ver-se-á obrigado a justificar sua opção pelos biocombustíveis e a rebater a crítica de que eles ajudam a causar a inflação global dos alimentos.

Ontem, Lula também culpou o petróleo pela inflação. "É importante que as pessoas tenham a responsabilidade de dizer que o preço dos alimentos se deve muito mais ao custo do frete causado pelo preço do petróleo do que pelo biodiesel." Para ele, é "estranho" que não se critique o salto no preço do barril do petróleo, que anteontem fechou em US$ 113,92 -alta de 7,92% em um mês.

O grande problema deste governo envedrar-se por projetos arrojados, que mexem com toda uma economia mundial deve-se à fatores que se interligam. Todo projeto deve estar insitamente angareado de requisitos para sua ideal consecução, sob a pena do desastre, que corre em paralelo e de forma proporcional à sua grandeza. Portanto, quanto maior o projeto maior tenderá à ser o sucesso ou o fracasso, por óbvio. Qualquer programa que vise a implantação de qualquer projeto deve vir cercado da competência de seus executores, de um cuidadoso planejamento, e de uma estrutura ordenada de controle, sem o qual deparar-se-á inexoravelmente com pífios resultados qualitativos, somatizados à uma conseqüente corrupção, que vem em exato à ser o retrato da ausência destes requisitos fundamentais delimitadores de sua livre atuação.

Pois bem, a indiscutivel ausência de proficiência da atual gestão me faz temer pelo pior. Ainda que o projeto, ainda em seu formato incólume carreie premissas válidas e verdadeiras de início, a conclusão por certo restará temerária, pois implementado por maus executores, incapacitados de um planejamento de excelência, além de avessos à qualquer espécie de controle, dada a implementação de uma índole corrupta de gestão.

Quero dizer, que a idéia da cana como opção de biocombustivel é válida em suas premissas, pois trata-se de uma cultura barata e com menor potencial de poluição que o petróleo. Mas certo também é que estar-se-á mexendo com um perigoso vespeiro chamado OPEP, que por maneiras diversas poderá destruir nossa economia cambaleante e recalcitrante como se destrói um inseto pós "spreada"... Há também outras potências de forma isolada como a americana, que também possui sua alternativa pró biocombustível com a soja e o trigo e que, embora de produção mais cara, encontra nos subsídios governamentais e na seriedade dos meios para se alcançar o fim uma maior vocação para prosperar...

Em uma perspectiva interna, a inflação é sim uma realidade que poderá não criar asas se houver competência, planejamento e controle de onde irá se cultivar e de que forma será permitido explorar o cultivo. Vislumbro porém, se realmente a cana se tornar a menina dos olhos da agronegócio nacional, dado ao seu custo-benefício, a necessidade de se subsidiar à exemplo americano a produção das demais culturas de menor potêncial de lucro, para que não precisemos importar o que antes se produzia, por preços certamente inflacionados dada a escassez no mercado mundial, tarefa essa que deverá ser mediada por uma equipe de profissionais capacitados a lidar com situações delicadas e extremas, dada a oscilação de mercado e as peculiaridades de cada momento... O corporativismo praticado, por certo, poderá comprometer os resultados... Necessário será uma visão técnica e macro em uma referência aos problemas que deverão ser equacionados, passando inclusive pelo árduo campo da diplomacia indelevelmente...

Os perigos que o cultivo da cana para esse fim poderá proporcionar expus de forma esclarecedora em duas postagens atrás e vale a leitura à título de melhor complementação...

Fica o sonhar, ainda que um tanto utópico, de ao menos neste assunto de interesse além fronteiras haja responsabilidade em sua consecução, objetivando-se não um ambiente propício a corrupção, mas sim quem sabe de austeridade, ainda que reste alimentada por objetivos eleitoreiros não tão nobres, podendo-se vislumbrar a efetividade, quem sabe, de todo este processo, propugnando-se de premissas verdadeiras uma conclusão também verdadeira...
Resta-nos a espera dos próximos capítulos do folhetim global de "Duas Caras" não antes de assistir o sucesso de "A espera de um milagre"...

2 comentários:

Daniel Pearl Bezerra disse...

LEONARDO SARMENTO, agradeço sua visita ao blog DESABAFO PAÍS. Em relação ao seu blog, não concordo com a postura em relação ao presidente Lula. Você tem toda a liberdade para criticar, um direito de todos nós.Um abraço, Daniel - editor.

Anônimo disse...

a horda de desclassificados , um dos membros da quadrilha de assaltantes com crachá chapa branca, anda nervosa,

né não?


Vão pro LIXO, corja de vagabundos

seu lugar ideal e de origem



GENTALHA ASQUEROSA!!!