16 abril, 2008

SOS Brasil: Temos o dever de cuidar de nosso país para as gerações futuras!

É real, e precisa desde já ser desmistificada, a bomba atômica de execução lenta e gradual que pode tornar-se o projeto nacional de biocombustível... Se estivéssemos falando de um governo com real comprometimento com os ditames constitucionais, poderíamos quiçá sonhar com uma solução, ainda que parcial, para parte dos problemas ambientais por que passa o Brasil e até mesmo o mundo em seu aspecto climático-econômico, subsidiando por via indireta nossa economia, porém...
Assim faz insculpir o art. 225, caput da CR:
"Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem como de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações."
Entidades alertam, que a febre dos biocombustíveis pode estimular a expansão das plantações de grãos geneticamente modificados – que têm maior produtividade – e alimentar disputas por terras nos países do hemisfério sul. "Graves atentados contra os direitos humanos foram registrados em plantações de cana-de-açúcar, palmeira e soja no Brasil, na Argentina, Paraguai, Colômbia e Sudeste asiático".
Nesses países, afirmam, são comuns "os casos de escravidão, salários de miséria, condições precárias de trabalho, conflitos violentos por terra, mortes e graves problemas de saúde devido à utilização de produtos químicos e ao desflorestamento."
A destinação de terras agrícolas para produzir culturas energéticas em vez de alimentos – sendo que 850 milhões de pessoas passam fome no mundo – viola gravemente o direito à alimentação." ( direito esse, não custa lembrar, tratado ainda que com fins eleitoreiros como prioridade do governo corrente)...
O porta-voz da Ecologistas en Acción, Tom Kucharz, disse que a maior demanda por biocombustíveis vai exercer pressão ambiental e fomentar disputas por terras "nas áreas ecologicamente mais frágeis do globo", entre elas o Brasil.
Metade da matéria-prima utilizada pela União Européia para produzir biocombustível é originária do Brasil, ele afirmou. Em 2005, o país exportou 50% das 538 mil toneladas de óleo de soja e palmeira que a UE comprou para este fim. "Não entendemos o entusiasmo brasileiro em relação aos biocombustíveis, porque o Brasil tem grande experiência no tema, e conhece os efeitos negativos de uma má gestão da selva amazônica, que é um patrimônio da humanidade", disse Kucharz.
O teor das críticas pode ser enviesado, mas serve de alerta. Na década de 1980, o Pró-Álcool fez frente ao dispendioso petróleo. Hoje significativa parcela dos automóveis que circulam no país é abastecida com álcool, contudo isso não mitigou o peso do petróleo. Por certo, é que o álcool-combustível é influenciado pelo período das entressafras e pela especulação dos usineiros. Isso encarece demasiadamente o produto para o consumidor. Todavia, a pior conseqüência é que os canaviais também prejudicam o meio ambiente, pois são causas de devastação de florestas e queimadas freqüentes. Ademais, os empregos gerados nessa cultura são degradantes, senão escravos. A experiência do Pró-Álcool é paradigmática, não pode ser deixada de lado no debate do biocombustível.
O governo brasileiro defende a questão do desenvolvimento sustentável na agenda mundial, entretanto, não é essa a realidade interna do País, o qual ainda é precário em políticas de proteção ao meio ambiente. Se isso não for equacionado, lamentavelmente a produção de biocombustível será mais outra forma de desmatar, outro meio de oferecer subempregos. De certo, até o momento, é que o tema do biocombustível vem adornando os discursos do presidente Lula mundo afora e que os primeiros entreveiros pela má direção da política começam a esboçar seus efeitos, não apenas nas áreas verdes cada vez mais tranformada em matéria-prima, já que trata-se de projeto despido de controle e fiscalização, algo severamente combatido pela atual gestão, como a capacidade de se projetar para o futuro o devastador retrocesso da monocultura como forma de produção, que gerará a escassez de alimentos e sua conseqüente alta de valor no mercado, gerando inflação, que segundo o atual modelo político adotado fará provocar a alta do juro. Haverá a necessidade de importar o que se produzia, comprometendo a balança comercial, dando forma a cada vez mais robusta bola de neve que venho abordando em minhas crônicas...
A situação é séria e não se configura tarefa para amador ou aventureiro tendo em vista as conseqüencias restarem desastrosas para as gerações futuras... Temo, pelo desrespeito total às leis infra-constitucionais e constitucionais por parte deste desgoverno, restando como prática deslavadamente perpetrada por essa gestão, o que me faz crer no pior e acreditar piamente que o art.225, caput da CR restará esquecido junto ao seu povo, despreparado para entender e mobilizar-se enquanto há tempo...
Por ser mais barata e de lucro imediato a substituição de grãos por "cana" está em alta nos campos de plantio, mas lamentavelmente não é para abastecer o Palácio do Planalto ou a Granja do Torto...
Abra o olho sem medo de enxergar, povinho desprovido!

7 comentários:

Anônimo disse...

Leonardo,

Gestão, administração seria isso: matar a fome com alimento! Com tanta terra e um governo que ao menos suspeita o que seja administrar plantio, equilibrar safras e consequente especulação via disponibilidade ou oferta, ainda há os que admiram esta gestão!
Muito mais facil pegar o dinheiro alheio e dar ao outro (nunca o seu!) do que trabalhar realmente e baratear os alimentos, fazendo-os acessiveis aos mais pobres...e pela mesma via, no mesmo sentido, gerar empregos administrando verdadeiramente um País, e noa estar apenas seguindo as regras economicas ja feitas a mais de 8 anos atrás, que mais da possibilidasdes a bancos e etc.
A pobres? Esses ficam com 400 reais mensair e credito irrestrito!
A realidade de hoje? Dar dinheiro aos mais pobres, abrir o bocão dos creditos para os proprios se enforcarem (o que ja vem acontecendo a tempos!), tratar da terra como objeto exclusivo do mais rentável possível e se "esquecer" do que possa ser feito para baratear os alimentos e promover oportunidades a quem verdadeiramente quer trabalhar, e noa vagabundar.
Bela administração que temos!! ...e o mais hilario e ver outros bradando sobre as "elites"!
Em recente banquete regado a wisky 12 anos (aquele que comemorou a legalização do roubo e da mafia), os mais recentes da Elite continuam a lutar contra os das velhas elites...deve ser para que, pra tomar o dinheiro deles tb?

Ainda há quem fale de elites...risos...so pra rir mesmo!
Mas...plantar para baratear alimento para pobres? Noa é mais fácil e menos trabalhoso retirar dinheitro da classe de menor numero (Pouca perda de votos), mas que é a que verdadeiramente sustenta este país com trabalho, para dar este dinheiro diretamente como cala-boca a outra classe?
Fazer uma administração trabalhosa pra que, se eles ao menos gostam de trabalhar? A dengue é o mais recente exemplo deste "trabalhao" que eles tem administrando este País!
Engraçado disso tudo sao os ternos caros, a recente pose altiva, os novos e caros habitos, os carros do ano (carrões mesmo! Todos eles tem!!), todo o poder que insistem em se mostrar e, a parca capacidade que demonstram claramente ter...que ao menos poderia vir a justificar tanta descrepãncia entre passado precário e pobre e atualidade rica e pomposa ...a vias de filhinho ser agora dono de emissora de TV (que antes não tinha nada), e filhinha que some com 7 milhões de Ong rede13, fechada sem prestação do contas (e cadê TCU?)...ou mesmo reforma de apartamento paga com cartão corporativo.

...Leonardo, com isso tudo nas costas, eles vão pensar em trabalhar de verdade, se preocupar com amazonia ou alimento para pobres?? Com constituição?????????Pobres, qualquer "dez real" cala a boca ...e ainda compra o voto!

ZEPOVO disse...

Não concordo com nada do que foi dito.
O Pres Lula está certo em defender o biocombustível.
O etanol pode ser a libertação economica para o Brasil.
De maneira alguma a produção de etanol prejudica a produção de alimentos.
Não é necessário o desmate de nenhum território, muito menos a Amazônia para multiplicar por dez nossa produção de biocombustível, sem prejudicar outras produções.
Se os alimentos estão muito caros na Europa, problema deles.
Se tem 50MI de pessoas passando fome, não é onus do Brasil, e sim das nações pornograficamente ricas!
Não é obrigação do Brasil produzir alimentos para o mundo, devemos cuidar de nossos interesses, sem interferências,exatamente como fazem os países do 1º mundo!
Podemos até, se for do nosso interesse colocar TODO nosso petróleo no mercado internacional e produzir etanol bem baratinho só para consumo interno.
E antes de meterem o nariz no Brasil, estas ONG's de fariseus, sustentadas por dinheiro com interesses escusos devem se preocupar com o excesso de subsídios que os produtos agrícolas (alimentos) recebem nos OUTROS países, isto sim encarece em muito o custo dos alimentos.

Informações mais detalhadas e completas podem ser encontradas no blog www.estoudeolho.blogspot.com

ZEPOVO disse...

Todo esta conversa de que o etanol é do mal, e vai criar problemas no mundo, é o velho patrulhamento de países ricos que não querem o Brasil dono de seu destino.
Já está na hora de mandá-los para o lugar merecido.
Misturar este assunto com PT/Lula, é bobagem. O assunto é velho e estratégico, importante para o Brasil.

LEONARDO SARMENTO disse...

Meu amigo Zé, ficastes nervoso... rsrs. Deixei bem claro quando abordei o assunto, que existem alegações que se devem desconsiderar quando falei:
"O teor das críticas podem ser inveizados"
Porém bato na tecla, que um governo avesso a fiscalização, um governo que tem meia dúzia de fiscais para proteger uma floresta Amazônica devastada como nunca, p.ex, fica complicado confiar que haverá um trabalho correto e que o verde não sumirá e prol de espetos doces que dão poucos gastos e muitos lucros!!!

Anônimo disse...

Pró Alcool está ai para qualquer um poder comprovar como as coisas se repetem! Devastaram boa parte da Amazonia para produzir alcool..que daria idependencia ao País...e deu? Qual a diferença do valor do litro de alcool para o da gasolina mesmo?

Utopia por utopia, prefiro ficar no chão, vendo uma instalação da petrobras ser entregue covardemente, sem o pulso necessario a ofensa sofrida...ver o brasil baixar a cabeça quando chavez fala, como bons exemplos desta "competencia soberana" de agora. Contra fatos nao ha argumentos...por mais nervosos que posssam ficar.

Mas, dar dinheiro ao inves de gerar trabalho e alimento a quem tem fome, principalmente abrindo credito irrestrito a quem ao menos sabe usar, ou tem noção orçamentária, é válido para alguns...alguns nao, minto: Para muitos!!!
E por isso estamos no que estamos..somos o que somos e pagamos 5 meses de salario a esta gerencia que vive sem dinheiro para investir em infra-estrutura...como saude, educação, segurança...e etc. etc. etc.etc...
Mas, respeito é respeito...o que noa se confunde com aquiescencia, logo...

ZEPOVO disse...

Eu fico nervoso com a interferência estrangeira. Sei de nossas deficiencias e problemas. A Amazonia NUNCA foi devastada para plantar cana, para alcool. O desmate acontece por causa da madeira,valiosa no mercado internacional. Depois já que o mato foi cortado...vamos criar boi, depois que a terra é amansada vamos para a soja.
O blog que recomendo ( podem ir lá que não é petista, vcs não vão ser violentados...) tem um estudo muito bom sobre biomassa e etanol:
www.estoudeolho.blogspot.com

LEONARDO SARMENTO disse...

Zé, vc estava correto até aproximadamente 4 anos atrás, quando foram percebidos clarões na mata com as primeiras canas sendo plantadas. Os clarões, por óbvio tem orígem no irracional aproveitamento da madeira, mas nos últimos anos o gado restou substituido também pela cana pelos motivos que já elenquei... Mas quando falo da Amazônia uso-a de forma emblemática, podemos substituir por áreas anteriormente cultivadas com grãos e hj qualhadas de cana ou mesmo soja que tb serve como alimento p o biocombustivel...
Interferência externa é o que menos me interessa discutir, o que discuto sim é a alta dos alimentos nos supermercados, que embora ainda haja sido colhida uma safra grande este ano viu-se a diminuição da safra de produtos como o feijão p.ex... E não há como discutir que o Brasil é um dos grandes produtores primários do mundo e a diminuição destes cultivos por aqui terá repercussão também aqui, pois encarecerá o que for produzido devido a escassez lá fora e os produtores por certo optarão por exportar esses produtos, fazendo gerar um desiquilíbrio interno fazendo acordar de a já sonambola inflação... Além disso não há dúvidas que o biocombustivel faz desmatar e que a completa ausência de controle fará criar uma utopia quando se pronunciar a expressão desenvolvimento sustentável...