19 agosto, 2008

O FUTURO DIRÁ AO LADO DE QUEM O PAQUISTÃO ACORDARÁ... ASSISTAM OS PRÓXIMOS EPISÓDIOS DE O TERROR ESTÁ NO AR!

Os EUA sofreram de fato uma derrota em sua eterna luta contra o terror desde o fatídico 11 de setembro. O Presidente paquistanês Musharraf, aliado do governo Bush, anunciou nesta segunda-feira, 18, sua renúncia em discurso transmitido pela TV para todo o país. Estava ele no poder desde um golpe de Estado, em 1999, e vinha sofrendo pressões da coalisão que governava o país desde fevereiro, que ameaçava pedir o seu impeachment. Foi uma saída calculada e especula-se negociada, com vistas a antecipar os acontecimentos e evitar desgastes irremediáveis para o até então Presidente, e é claro o iniciar do agravamento de uma instabilidade política interna de proporções além fronteiras, conforme demonstrarei...
Resenha:
Musharraf, ex-comandante do Exército e um aliado-chave dos Estados Unidos na chamada guerra contra o terror, chegou ao poder através de um golpe de Estado despido de violência em 1999. Após os atentados terroristas de 11 de setembro de 2001, ele se tornou o principal aliado dos Estados Unidos no Oriente Médio, o que provocou veementes protestos dentro e ao redor do país. A grande maioria dos paquistaneses culpa a crescente onda de violência no país pela aliança, que em suas visões veio a trazer a mais profunda divisão no país. Este, uma das potências nucleares do mundo, conviveu desde sua independência, em 1947, com poucos períodos de estabilidade política. Em março, Musharraf removeu dezenas de juízes da Suprema Corte, entre eles o presidente Iftikhar Mohmammed Chaudry, o que provocou uma série de protestos no país, demonstrando, como costumeiramente fez ao longo de seu poder, o todo ditatorial de sua política de desrespeito às demais instituições de poder. No ano passado, iniciou-se sua inevitável derrocada, quando parte do clero radical islâmico do país declarou oposição aberta a Musharraf. O auge da crise sucedeu-se em julho, quando os religiosos se entrincheiraram na Mesquita Vermelha de Islamabad. O exército invadiu o templo, numa ação que deixou 105 mortos. Em outubro, o presidente se reelegeu no comando do país em uma eleição indireta, que não o legitimou democraticamente no poder, já que contrário à opinião pública, mas sim com base no apoio americano e na política do toma lá da cá, da qual temos intimidade... A Suprema Corte porém, exigiu que ele deixasse o comando do exército para continuar no poder. Algumas semanas depois, em novembro, Musharraf instalou estado de sítio no país, assinando seu óbito prévio. Após pressão internacional e interna, Musharraf retirou a medida e convocou eleições parlamentares. Os dois principais líderes da oposição paquistanesa, Nawaz Sharif e Benazir Bhutto, que estavam no exílio, retornaram ao país, quando se denotou um início de quebra de resistência, vislumbrando-se, ainda que timidamente já a época uma conseqüente retirada estratégica. Benazir foi morta em um atentado em dezembro, o que abalou ainda mais seu governo. Os partidos de oposição chegaram ao governo de coalizão em fevereiro depois de uma vitória esmagadora nas urnas, enfraquecendo ainda mais o governo de Musharraf e o deixando em uma baita sinuca de bico, onde deveria optar pela manutenção de uma resistência temporária através da força, com o deflagrar às claras de uma guerra interna pelo poder, ou uma saída sem maiores danos ao povo e a sua própria integridade, optou por sua vida...
Os EUA já se manifestaram e afirmaram que vão continuar a ajudar o governo paquistanês no combate ao extremismo, disse a secretária de Estado norte-americana, Condoleezza Rice, na segunda-feira, depois que o presidente veio a renunciar... Rice afirmou que Washington é grato a Musharraf por ter escolhido lutar contra a Al-Qaeda, o Taleban e outros extremistas. "Vamos continuar a trabalhar com o governo e com os líderes políticos paquistaneses e exigir que eles redobrem seu foco no futuro do Paquistão e suas necessidades mais urgentes, inclusive conter o crescimento do extremismo, lidar com os déficits de comida e energia e aumentar a estabilidade econômica", disse Rice em um comunicado. "Os Estados Unidos vão ajudá-los nestes esforços para ver o Paquistão atingir seu objetivo de se tornar uma nação islâmica estável, próspera, democrática e moderna"...
Como se pode perceber por um olhar menos "playgroud", há uma enorme boa vontade americana muito mais pela manutenção do controle político do país, que propriamente pelas conquistas dos direitos de uma democracia moderna estável e próspera por parte do Paquistão, até porque a democracia tem seu pilar maior e de sustentação na vontade popular, e a vontade do povo paquistanês padece de sintonia aos interesses americanos, por isso a vontade do povo por um Estado Democrático de Direito esbarrará na vontade da Casa Branca... Até a saída negociada do até então Presidente, tinha-se um modelo ditatorial ditado em grande parte pelos EUA e contrário ao consensus popular. Sua saída abre uma profunda incógnita se o intervencionismo americano até então praticado será suficientemente capaz e "legítimo" para vencer a vontade popular, que procura a paz interna e não o combate ao terror de repercussão internacional. Este estado submerso em um terror quase que cultural, consumido pelo terror interno entre o extremismo muçulmano anti-americano "Al-Qaediano/talebaniano" e o até então governo ditatorial de interesses americanos poderá ganhar novos ares não menos aterrorizantes... Os EUA passam a sentirem-se nuclearmente, em ambos os sentidos, abalados e em estado alerta, em uma espera, não se sabe até que ponto controlada, mas por certo vigiada, da sucessão de poder deste verdadeiro caldeirão atômico...
A paz mundial, como eles gostam de vender para o mundo, acreditam os americanos manter-se-á às custas da manutenção do terror interno do Paquistão, embora isso eles não digam, resta aguardar se este novo poder aceitará a ingerência americana intervencionista nos rumos de sua política ou se teremos mais soldados americanos deixando suas casas rumo ao terror...
Vale deixar consignado, que a Rússia já acenou interessada na sucessão presidencial do Paquistão, se mostrando, desde já, a disposição para marchar na busca da conquista de uma estabilidade interna da região. Rússia, que por sinal, vem demonstrando o mesmo apetite imperialista dos norte-americanos, porém quase sempre não em sentido de coalisão, mas de colisão, desta vez, ao que parece, obedecendo o mesmo roteiro lógico e esperado...
A temperatura mundial, dizem os cientistas, tende a aumentar com o passar dos anos, fruto do aquecimento global, já eu, que nem cientista político sou, afirmo que a temperatura de fato irá esquentar...

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