05 agosto, 2008

O RETORNO DA IV FROTA AMERICANA... E AÍ?

Soberania ameaçada? Odor de pólvora no ar? O renascimento do imperialismo do século XXI? Muitas indagações podem ser trazidas, muitas questões levantadas, porém de concreto, o que se tem, é o fato da frota ter sido reativada em meio às descobertas de imensas reservas de petróleo na costa brasileira... As reservas americanas de petróleo produzem seu último gotejar, devendo durar cerca de quatro ou cinco anos, se utilizadas...
A IV Frota foi criada pela Marinha dos EUA em 1943, para proteger navios brasileiros de ataques de submarinos alemães na Segunda Guerra Mundial. Foi desativada porém, em 1950, com o deslocamento das atenções dos Estados Unidos para a então URSS. Participou ativamente, por exemplo, da deposição do Presidente João Goulart em 64... Vislumbraram a mesma utilidade que eu em seu retorno? Bobagem...
Reativada oficialmente no último dia 12, agora a IV Frota terá sob sua responsabilidade mais de 30 países do continente, cobrindo 15,6 milhões de milhas. Seu comandante é o contra-almirante Joseph D. Kernan, que chefiou o grupo de elite Seal, comando de operações especiais da Marinha americana.
Na manhã da terça-feira 15, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, recebeu um telefonema da secretária de Estado americana, Condoleezza Rice. Na conversa, a sempre educada, cordial e pragmática Condoleezza, deu explicações oficiais sobre a reativação da IV Frota da Marinha dos EUA, que após 58 anos voltou a atuar nas Américas do Sul e Central e no Caribe.
Numa tentativa de tranqüilizar o chanceler brasileiro, ela assegurou que a iniciativa tem por objetivo a cooperação no combate ao tráfico de drogas e ao terrorismo, sem prejuízo ao respeito ao direito internacional, sobretudo “o direito do mar”. Repetindo as palavras do chefe da diplomacia americana para a América Latina, Thomas Shannon, Condoleezza disse que a IV Frota é um “instrumento de paz” para a região. Ou seja, Papai Noel existe e eu sou o Bozo...
Apesar dos sinais "tranqüilizadores" emitidos por Washington, a volta da IV Frota fez ressurgir o debate sobre a soberania nacional e a integridade territorial do País.
Mesmo o nosso pérvido presidente Luiz Inácio Lula da Silva, teve seus pêlos pubianos arrepiados, e mesmo depois das explicações dos EUA, demonstra estar incomodado, prometendo desta vez não apenas "coçar o saco"... Isto se deve entre outras fatores, ao próprio reconhecimento da Marinha brasileira de sua incapacidade para patrulhar o mar territorial brasileiro, uma área de 3,5 milhões de quilômetros quadrados. Por último, há ainda o temor de que a recriação da IV Frota fomente a corrida armamentista no subcontinente. Será?
São situações que invocam do Chefe de Estado um posicionamento firme diante da questão, postura que como se sabe muito desagrada nossa figura maior, que opta costumeiramente pelo símbolo adaptado da imparcialidade da justiça, fazendo-se de cego, surdo e mudo, e vociferando que quer justiça, seletivamente é claro... Mas como o assunto não tange aos crimes do PT ou de sua organização criminosa, pode ser que nosso ilustríssimo venha a se despir de sua abobalhada postura intencional em busca dos holofotes internacionais e venha a gritar: Independência ou morte! Espero que seus assessores o contenham neste momento...
Numa declaração conjunta, os deputados do MERCOSUL sublinharam terça-feira que o regresso as águas sul-americanas da IV Frota norte-americana é "desnecessária" e "inoportuna", pois a região é "pacífica e democrática" resolvendo seus conflitos de forma "negociada" e segundo os princípios de "não intervenção". Assinalaram, que a reativação dessa máquina militar, implicaria "a militarização de conflitos e problemas regionais", poderia gerar uma insegurança hemisférica e comprometer a integração da América do Sul e do próprio MERCOSUL". Incorporando Bush perguntaria: Inoportuna para quem cara pálida? E eu com isso?
Conforme salientei por diversas passagens neste espaço de digressões, os interesses da América para os americanos padece de sintonia para com os tupiniquins... Mais ou menos o que ocorre na relação entre empregado e empregador é o que ocorre entre colônia e metrópole... Hoje mais do que nunca se percebe o início do ressurgimento desta relação de dominação, onde os Estados imperialistas de outrora necessitarão a cada instante de mais matéria-prima (petróleo e alimento, p.ex) encontradas em abundância nas antigas e eternas colônias, por hora apenas econômicas, mas em um espaço temporal não muito distante... A história é cíclica...
A questão que fica e que necessita de uma decisão de cunho estratégico é: Manteremos nossas potencialidades da defesa de nossa soberania amesquinhadas tão apenas ao campo da diplomacia? É interesse prioritário investir em nossas sucatas de guerra, que possuem como principal instrumento de combate o caveirão dos morros cariocas? Certo apenas resta, que as eleições estão sempre a bater às nossas portas e o orçamento disponível dos tributos confiscados estão mais do que comprometido com os programas-mandatos do governo. Conclui-se que nossa soberania durará enquanto ao imperialismo interessar conversar...
Conclusão diferente é a que chegou Jobim, não o Tom, mas o Nelson, garantindo que o País ficará atento à movimentação americana na região: “Evidentemente, os americanos podem fazer o que bem entenderem, mas fiquem certos de que nas 200 milhas brasileiras a IV Frota não entrará”...
Este Jobim não compõe pérolas musicais como o eterno, mas tem por talento nos fazer rir...
Deixo minha contribuição: Por que o governo Lulopetista não assume sua íntima ligação incestuosa com as FARC e à intitula como principal força de Segurança Nacional para a proteção de nossa soberania? Aproveitaria inclusive a enorme dificuldade de Lula em classifica-la como organização terrorista como pretendia Uribe, já em 2003, dando refúgio aos companheiros do padre Demo, que por aqui à muito já havia fixado residência... Bobagem...
Enquanto isso, contemos com a força do Estado paralelo verde e amarelo, afinal, temos o 3º Comando e o Comando Vermelho...
Motivação da presente: Vislumbrar qualquer risco de intervenção hoje, desembocaria-se numa incoerente fanfarronice utópica. Levantei este assunto, pois com a inevitável crise mundial, que tardará, mas não falhará, países de potencialidade natural como o Brasil serão inexoráveis alvos do retorno da exploração através do colonialismo de direito, já que o de fato jamais deixou de existir, ainda que imposto pelas regras de mercado, notadamente pelo neo-liberalismo, onde lucram os quem possuem mais garrafas para vender... Por isso discutiu-se nesse espaço prioridades estratégicas, ainda que num primeiro momento este mesmo espaço venha a entender, que prioridade hoje, seria o fim desta política interna de exploração da estupidez e da boa-fé deste povo, porém nada mais utópico que isso...

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